Viagem ao ditado "Um dia é do caçador.....o outro é da caça."
O Pior de tudo o que é uma viagem, é o chegar "lá". - "Lá" é o destino pretendido, desejado, almejado,...marcado.
Aqui, diferentemente do que acontece nas relações humanas, ( leia-se nas relações homem-mulher, e vice versa, ou, se quiserem ser liberais, nas relações de conquista), aqui, dizia eu, o caminho a percorrer, é o mais penoso da viagem.
Ao contrário, na conquista de sentimentos, o caminho a percorrer, ainda que desconhecido, ainda que incógnito profundo e desafiador, é saboroso, eleva os níveis de adrenalina de forma saudável e outros níveis de outras hormonas que nos fazem rejuvenescer.
Atingido, tudo desce, tudo diminui.
Aqui , tudo aumenta favoravelmente atingido o objectivo.
Mas...mas, há sempre um mas.
Os primeiros dias são de êxtase, de renovação de descoberta, de glamour, os ultimos de angustia porque se quer fazer durar o que , definitivamente e necessariamente terá de terminar.
Provavelmente nas relações de conquista também é assim. Para algumas pessoas estou certa de que é assim. Para outras não.
Simplesmente porque quando se inicia uma viagem programamos os dias, sabemos o antes o durante , o depois e o fim.
Quando se inicia uma relação de conquista um relacionamento emocional, desconhecemos tudo... À excepção dos grandes viajantes pelos sentimentos dos outros que esses, conhecem todos os mapas e no futuro usarão GPS.
Sim, porque há os iniciados, há os que sabem o que é uma iniciação embora nunca a tenham feito e, há os que já fizeram a viagem muitas e muitas vezes.
Sabem estes perfeitamente os patamares a atingir, sabem ou julgam saber quando está na altura de saltar ou subir ao patamar superior.
São os treinados nos golpes de sentimentos, ou treinados nas fases ideiais para os utilizar e manipular.
Sabem a palavra certa, o sorriso certo, a piada e o olhar certos...
Um dia alguém (um homem !) disse-me que os homens se dividem em duas categorias : os mulherengos e os predadores.
O mulherengo gosta de mulheres por natureza. Não lhes resiste e, ou tem charme ou nada disso e nada feito.
O predador procura incessantemente a presa até a caçar e se satisfazer com ela. Depois do desejo da caça, de conquista do troféu satisfeito, tudo termina porque não há mais luta, não há mais desejo nem encantamento. E nunca satisfaz o desejo.
Acontece mais vulgarmente ao macho.
Mas também as há ... as fêmeas desse calibre.
O engraçado é quando um predador cai nas garras de uma fêmea predadora sem problemas de caça e desejosa de troféus.
Um dia isso acontece e, o caçador passa a caçado. Como será a sensação?
Engraçado, homem que se preze é necessáriamente mulherengo, gosta muito de mulheres.
E a mulher que gosta de homens, que nome se lhe dá?
....?
Não. Isso é quem vende o corpo e, quem "vende o corpo" pode apenas vendê-lo por uma boa posição social, uma boa vida económica, uns bons fins de semana em hoteis de charme ou spas, ou umas boas jantaradas em locais badalados...
Quem mantem uma relação sexual só para receber em troca o preço de tal actividade ou para garantir nível económico é... pois....prostitui-se.
E quem o faz sem resposta monetária?
Já sei: Ninfomaniaca!
Também há a leviana.
E a parva que cai nas balelas do mulherengo, balada cantada sussurrante, cheia de aparente charme do predador, disfarçado de " Meu Deus não te resisto! Há uma Vida que te queria deslumbrar!
Há em cada um de nós o dever de deslumbrar o outro....Eu fui sorteado e saiu-me esse enorme talento de deslumbrar. Sou deslumbrante!
Olhem para mim, estou no Olimpo!
Mulheres cheguei!
O meu dever duro, dificil dever, é deslumbrar-vos."
E deslumbram.
Deslumbram sim. Por pouco tempo mas deslumbram.
Normalmemnte têm sempre uma conversa mais ao menos culta. Tocam este ou aquele ponto pela rama e parecem tocar o fundo da questão. Mas, se há que aprofundar, deixam o trabalho à presa se ela tiver "pedalada" . Eles apenas lançam o mote.
Deslumbram até certo momento. Até conquistam. E, depois, há quem esteja habituada a este tipo de jogos e jogue.
Há quem apenas queira jogar.
Há quem saiba o que é o jogo e até nem queira jogar e, de repente, há um click e tudo acontece e... a presa deixa-se caçar... ( Reparem que o predador fala muito em click, fiozinho...etc ).
Depois, a certa altura, já que não há mais nada a fazer para deslumbrar, tudo termina.
Há um click e tudo se esvai. ( Novamente o click! É assim tipo esquentador Vulcano!)
Há uma imagem a manter e, ou porque a presa perdeu o encantamento ou porque o predador ficou encantado, é melhor terminar a viagem.
Abruptamente ou dizendo que sim quando se sabe que é não.
Até à aniquilação final sempre se vai tirando partido do jogo que está perdido, que estava à partida perdido porque nada se queria ganhar a não ser mais um troféu.
Mantêm-se por vezes duas presas até que a mais recente seja realmente presa e, solta-se a primeira quando a segunda já atingiu o extase pretendido e, assim, de viagem em viagem, de presa em presa.
De deslumbramento em deslumbramento alheio...
É um dever...
Cada um de nós tem o seu. O do predador é deslumbrar.
Só que o verdadeiro deslumbrado nesta história toda não é quem se pensa ser... é apenas quem pensa que deslumbra.
Ironia do dever!
Deslumbrados consigo mesmos, não descortinam o engano, a fraude que constituem, não descortinam o quanto a sua imagem chega a desiludir e não a deslumbrar.
.....
Um dia é do caçador...o outro é da caça....
Estarei enganada?
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ACCB - a propósito de uma conversa há dias. ;)
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