CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

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Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

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domingo, julho 09, 2006

Ao Vinicius numa quarta feira - 9.7.80/9.7.06





Ao Vinicius de Morais


Porque hoje não é Sábado, há um Sol de semana de trabalho.
Não há um homem louco de ciúme,
Nem o funeral de um político.

Porque hoje é Quarta feira,
Há apenas uma saudade enorme que fica
E se espraia na pena de te perdermos.

Hoje é quarta -feira.
Há um samba de várias notas no vento que sopra lá fora.

Há um segredo que fica na poesia que deixaste
Uma criança sorrindo ao mendigo que pede esmola,
Porque hoje é quarta feira.

Há um Brasil do lado de lá
E, um Homem, um poeta do lado de cá;
Há uma mulher que ama um Homem
E continuam a existir crianças que não comem;

Há uma pena funda de te ter perdido,
E uma música suave que pouco a pouco vai tomando sentido.

Há um segredo de presença no vento que passa
E um sambinha de dor em ar de chalaça;

Hoje não é Sábado....


E tu morreste a uma quarta Feira...
Tudo se acabou numa Quarta feira.... (?)
Não.
Tu ficas, permaneces....
Os poetas não morrem,
nem sequer às quartas feiras...

E como poderias fazê-lo se hoje... Hoje ... não é Sábado?!

ACCB em 9.7.1980 copyright

Dia 9.7.1980


Quando morre um poeta,
O dia chora uma lágrima
cristalina e transparente
de uma dor mista de saudade...


Há uma tristeza, um vazio, uma lacuna,
Porque a Vida perdeu
mais uma pétala nas flores
do seu jardim...


Quando morre um poeta
a alma grita desventrada
A perda de um filho que criou...


E o dia desfalece entristecido
No horizonte azulado,
Como nos dias da criação do Mundo......



Quando morre um poeta
Há um grito de dor
na oração que o vento canta
Nos vidros cheios de poente
em cada janela de poesia.....


ACCB na mesma data - a da morte do poeta -

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1 Comentários:

Blogger DarkMorgana disse...

Há pessoas que nunca morrem.
O Vinícius estará presente em cada música e em cada poema seus.
E em cada recordação feliz, como um segredo de presença no vento que passa...

11 julho, 2006  

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