CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

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Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

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quinta-feira, janeiro 10, 2008

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Ou a Hora nona

Ela tocou as palavras.
Muitas vezes as abraçara.
Uma vez ele pedira-lhe: - "Escreve para mim."
E ela tocara as palavras e escrevera.
Outras vezes ele pedira-lhe:- "Escreve-me um poema".
E ela olhara as palavras que lhe colocara no peito, que dos seus lábios tinham descido pelo pescoço dele ou tinham pousado nos seus olhos ....Olhara as palavras que lhe oferecera e vira-lhas tatuadas na pele .
E então pensara... "eu abracei as palavras e dei-lhas como filhas, nascidas da minha alma e do meu sentir e ele não as vê , nem as ouve, nem as sente a queimarem-no em vida..."
Ela abraçara as palavras e ofertara-lhas em noite de lua cheia, em tarde de mar calmo e sol quente, em hora de silencio, hora de olhares e partilhas,...hora suspensa, a nona hora... a hora em que as palavras nascem depois de abraçadas e soltas pela alma....
E ele não entendia o tempo... a hora certa de abraçar as palavras...

Olhou-o nos olhos e mergulhou na alma dele. Lá dentro sussurou-lhe:
- É a nona hora. Eu abracei as palavras e elas são rios quentes com barcos vermelhos. Circulam-te no sangue, estão-te tatuadas nos poros,...fecha os olhos e vê-me...
Tenho olhos escuros e profundos e os meus cabelos são de seda com reflexos de entardecer, os meus dedos soltam sonhos e contam-te histórias de encantar e os meus lábios fazem de ti criança outra vez....
Não te ouves rir quando te conto histórias de encantar?
É hora nona...estende as mãos e abraça os barcos vermelhos que navegam no rio.
Bebe as palavras e mata essa sede de ser feliz.
Depois, depois pronuncia o meu nome....Ou então não o faças nunca mais porque é a hora nona.
A hora de abraçares as palavras ou de esqueceres que existem rios quentes com barcos vermelhos a navegar dentro de ti.

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08-01-2008 23:35
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ACCB

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6 Comentários:

Blogger Nitrox disse...

Voltei! Com um novo nome, mas com o mesmo site.
Um Bom ano para ti e para os teus.

10 janeiro, 2008  
Blogger Pecadormeconfesso disse...

A hora nona?
A hora da morte?
Bem, escrever assim é o céu. Não me importava de ser um homem morto se estas palavras fossem para mim.
Escreveram-me no final do ano. Mas não me disseram nada disto. Isto é uma carta?

11 janeiro, 2008  
Blogger Cleopatra disse...

Olá Dark side of the monn!!


Pecador...um homem morto?
Se fosses um homem morto estas palavras ou outras como estas nunca seriam para ti...ou poderiam ser... depende do ponto de vista de queme screve...

Bem , e a hora nona é a hora da morte sim. A hora do fim.
Pois...
Ficará para outra postagem.

12 janeiro, 2008  
Blogger C.M. disse...

"Tenho olhos escuros e profundos e os meus cabelos são de seda com reflexos de entardecer, os meus dedos soltam sonhos e contam-te histórias de encantar e os meus lábios fazem de ti criança outra vez....
Não te ouves rir quando te conto histórias de encantar?"

Hum... uma mulher assim é de sonho...

Belo texto!

13 janeiro, 2008  
Blogger Fernando disse...

Cleopatra

Demais!
Adorei. De alguma forma ele morre por não perceber o que tem na sua frente. Penso que não será uma morte física. Talvez a morte por não entender o sentido da vida e o Amor que ela sentia...Tu é que és a analista perfeita!
Mas gostei muito do texto.

***

14 janeiro, 2008  
Blogger Cleopatra disse...

É a hora nona.
Há um desfalecer lento dos sentimentos. Ele morre? talvez não. Morrem ambos um para o outro.
Morrem às mãos dele.

É a hora nona. A hora que chega quando chega o fim.
É uma morte psicologica sim.

24 janeiro, 2008  

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