Cavalo à Solta
Óleo de Raquel Martins
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Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.
***
José Carlos Ary dos Santos
5 Comentários:
Simplesmente excelente, tanto o poema como a foto!!!
É um belíssimo poema do Ary dos Santos. Boa escolha.
ò Cleópatra! Não vais acreditar, mas eu ia postar este poema que acho lindíssimo no meu blog!!!
E com a música para quem a ouve de cor...
Premiado??
Engraçado... não tenho sorte nenhuma com prémios...
Vamos lá o ver o que a sorte me destinou desta vez!
(...)que tem uma grande sensibilidade e um grande "amor" por aquilo que escreve (mesmo quando não é a autora.(...)
Voltei a ler o seu comentário...
Engraçado achar que tenho uma grande sensibilidade...
Talvez tenha
Acho que tenho sim
tenho a certeza que tenho...
Sou demasiado sensível...sim..
E já agora uma pergunta:
Porque acha que tenho um grande amor por tudo o que escrevo mesmo... quando não é meu?!
Se me responder depois digo-lhe o que penso.
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