CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

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Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

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quinta-feira, janeiro 05, 2006

Dentro da caixinha














( Sintra - Toque de Deus)


Tudo me lembra de ti

O piano que dedilha Chopin
O poeta que leio
e revela em cada sílaba o que sente
O aroma a perfume
que se cruza comigo na rua.

O homem que me olha
e sorri com ar de cúmplice
como se me lêsse na alma
que estou apaixonada

a música que toca no rádio do carro
pela manhã
ainda o Sol não teve tempo de aquecer

Tudo me lembra a tua voz
no meu ouvido
quente e doce
que tanto quero
que tanto desejo
que não tenho

Não me sais dos sentidos que castigo o meu!

que alma a minha
que vivência esta

Que lápis traçou este destino?

O sotaque italiano
que ri pela tarde junto ao mar
as mãos dos apaixonados
que se enlaçam
quentes
(julgo eu)
cheias de desejos de beijos
(como eu)

Procuro-te nas lembranças
Em papéis guardados
que ainda não têm tempo
para ter a marca do Tempo

nas fotografias que não são nossas

nas músicas que ouvi
quando tu eras
apenas uma imagem de sobressalto
de sorrisos soltos
de hipóteses sem futuro...
nos aromas que inalei
nessa época

E encontro-te ainda

Quem dera
que o papel tivesse amarelos
do Tempo

as músicas pertencessem ao passado

as fotos fossem velhas
de saudade

e tu
fosses apenas uma página
de um livro que já li
ou de um poema que
Um dia escrevi...

ACCB

13 Comentários:

Blogger Cleopatra disse...

Ora aqui temos uma opinião sobre a caixinha!!

Quem conseguirá desvendar o mistério??

Seja bem Vinda!!!

06 janeiro, 2006  
Blogger Apache disse...

Lindíssimo, afinal também é poeta!...
Acho que esconde mais que um tesouro... de cada vez que abre a caixinha revela-se um tesouro diferente!...

06 janeiro, 2006  
Blogger Eva disse...

olhem o apache apareceu!

06 janeiro, 2006  
Blogger ptolomeu7 disse...

Lindo!

06 janeiro, 2006  
Blogger DarkMorgana disse...

Muito muito bonito, Cleópatra...
Tão intenso que até dá vontade de chorar!

Põe mais coisas tuas...por favor...
A gerência agradece...

06 janeiro, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

Viva Ptolomeu!!!

Andaveis desaparecido!

Gostou????

E O Apache voltou também!

Que bom!

E que é feito do Fernando Pinho??

E o Manza? Voltou para a missão de... Paz?


Escrevi umas coisas para os homens do meu blog mas eles... nem tugiram nem...

( Está mais abaixo e é do martinho da Vila!...

Então rapazes... Não há coragem para comentar???)

07 janeiro, 2006  
Blogger DarkMorgana disse...

Sabes que um dia escrevi algo muito parecido com este poema?

Vou postar no meu blog.
Chama-se "memória curta".
Vai lá espreitar!

07 janeiro, 2006  
Blogger JFMN disse...

Gostei muito. Até parece que queima.

07 janeiro, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

Ora viva Joeiro!

Afinal... gosta de ...poesia!


Ou talvez não.

Provavelmente isto não é poesia!

07 janeiro, 2006  
Blogger Sofia disse...

A viagem dos sentidos, presa num instante... num momento! Sentir, supera mil vezes o pensar! E Sintra é a mais bela paisagem que tive o prazer de encontrar... é a minha terra!

09 janeiro, 2006  
Blogger Algarve (acesso à praia - praia mais próxima) disse...

... e agora com a Eva em Sintra!!!!!!

09 janeiro, 2006  
Blogger M@nza disse...

Um poema de Fernando Pessoa, ou melhor, Álvaro de Campos e que pode ser dedicado à Eva, se tal me é permitido, que segundo creio, vai passar a morar ou trabalhar em SINTRA.


"Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...

Maieável aos meus movimentos subconscientes do volante,
Galga sob mim comigo o automóvel que me emprestaram.
Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita.
Em quantas coisas que me emprestaram eu sigo no mundo
Quantas coisas que me emprestaram guio como minhas!
Quanto me emprestaram, ai de mim!, eu próprio sou!

À esquerda o casebre — sim, o casebre — à beira da estrada
À direita o campo aberto, com a lua ao longe.
O automóvel, que parecia há pouco dar-me liberdade,
É agora uma coisa onde estou fechado
Que só posso conduzir se nele estiver fechado,
Que só domino se me incluir nele, se ele me incluir a mim.

À esquerda lá para trás o casebre modesto, mais que modesto.
A vida ali deve ser feliz, só porque não é a minha.
Se alguém me viu da janela do casebre, sonhará: Aquele é que é feliz.
Talvez à criança espreitando pelos vidros da janela do andar que está em cima
Fiquei (com o automóvel emprestado) como um sonho, uma fada real.
Talvez à rapariga que olhou, ouvindo o motor, pela janela da cozinha
No pavimento térreo,
Sou qualquer coisa do príncipe de todo o coração de rapariga,
E ela me olhará de esguelha, pelos vidros, até à curva em que me perdi.
Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?

Eu, guiador do automóvel emprestado, ou o automóvel emprestado que eu guio?

Na estrada de Sintra ao luar, na tristeza, ante os campos e a noite,
Guiando o Chevrolet emprestado desconsoladamente,
Perco-me na estrada futura, sumo-me na distância que alcanço,
E, num desejo terrível, súbido, violento, inconcebível,
Acelero...
Mas o meu coração ficou no monte de pedras, de que me desviei ao vê-lo sem vê-lo,

À porta do casebre,
O meu coração vazio,
O meu coração insatisfeito,
O meu coração mais humano do que eu, mais exato que a vida.

Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao votante,
Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim..."

10 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse...

Obrigado por me fazer recordar Sintra.
Sendo, juridicamente, Limiano, sou, de facto, Sintrense.
Parabéns pelo poema que é especialmente bonito, mas conjugado com a imagem vieram 2 décadas de recordações.

16 janeiro, 2006  

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