CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

A minha foto
Nome:
Localização: LISBOA, Portugal

Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

online

segunda-feira, abril 10, 2006

CO2 / Kioto /O3


Parece uma fórmula quimica.
E é!
.
Todos falamos em proteger o ambiente, ensinamos os filhos a reciclar, tentamos ensinar os maridos, falamos em poluição, em deixar de fumar em locais fechados, em usar gasolina verde, etc etc etc.
.
O buraco do Ozono é maior que o do orçamento Português, o Sol faz cancro na pele, e, no entanto, apesar das Leis aprovadas e dos acordos realizados e que entraram em vigor há mais de um ano, continuamos impávidos e serenos à espera de coragem politica para avançar.
.
A forma triatómica do oxigénio, fortemente oxidante e bastante tóxica, vai envolvendo o planeta azul e nós, descontraídos, vamos deixando passar e vamos continuando a deitar-nos , não à sombra da bananeira, mas ao Sol para ficar com aquele bronze que cada vez bronzeia menos.
.
Saímos à rua e inalamos violentas baforadas de gases intoxicantes que, apesar das inspecções que se dizem fazer, continuam a perfumar, inundar o meio ambiente impunemente.
Carros velhos circulam por aí, águas poluentes escorrem por aí, fábricas poluem por aí...
.
O acordo de Quioto é de 1997.........estamos em 2006.
Que se fez já?
.
Entre 2010 e 2012, os 30 países industrializados que ratificaram o protocolo (os grandes ausentes são os EUA e a Austrália) terão que reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 5,2%, em relação a 1990.
.
O que começou a ser preparado para que os objectivos possam ser atingidos na data prevista?
.
Há países da UE, que já estão a fazer investimentos importantes em tecnologias alternativas, como a eólica ou a solar.
.
Portugal está de costas voltadas para a aplicação de Quioto.
Em 1997, acordou aumentar as emissões de gases em 27% até 2010, em relação aos valores de 1990.
Um limite que já foi ultrapassado em larga medida.
As estimativas da Quercus revelam que até 2004 já houve um aumento de 50%.
O número não é rejeitado pelo Governo, que admite que "as emissões estão a crescer sustentadamente desde 1997".
.....................................
.
Há tempos julguei e condenei um engenheiro como autor material de um crime de violação das regras de construção p.p.p 263º nº 1 e 267º do CP de 82 e actualmente pelos artigos 277º nº 1 a 9 e 285º do CP de 95 com referência à norma portuguesa nº 1796 de 1988, artº 8º nº 1 e nº 2 a) c) e j) artº 9º nº 1 e 12º nº 1 do DL 441/91 de 14/11 e artigos 4º a) b) e c) artº 7º nº 1 a) 8º a) pontos nº 2.5, 2.12, 2.17 do anexo, todos do Dec-Lei 331/93 de 25/9.
.
Quer isto dizer "simplesmente" que
Num dia que não interessa em particular a não ser aos directamente envolvidos, uma equipa de trabalhadores de uma empresa, procedia ao estudo e execução de melhoramentos das condições numa conduta da EPAL.
.
(...)
.
Os aludidos trabalhos decorriam sob orientação directa, técnica hierárquica e permanente do arguido a quem incumbia tomar as medidas técnicas de prevenção adequadas que garantissem a segurança e a saúde dos trabalhadores na execução das tarefas que desempenhavam no local.
.
Logo de manhã, constatou-se que as mangueiras possuídas no local não tinham o comprimento necessário para o escoamento da água acumuladana galeria e que a bomba hidráulica que tinha sido trazida para o local não poderia cumprir dessa forma as suas funções.
.
Foi então alvitrada a solução de utilização de uma motobomba a gasolina .
.
A mesma foi colocada a funcionar no interior do túnel, a cerca de 4 metros de profundidade, sem que simultaneamente tivesse sido colocado um compressor para bombear oxigénio para o mesmo, de modo a compensar a concentração de gases aí existente, e ainda e nomeadamente monóxido de carbono, devido ao funcionamento do respectivo motor.

(...)
Durante estas descidas o operário x utilizou uma das máscaras identificadas em audiência de julgamento que havia sido deixada pelos funcionários da EPAL quando estiveram no local e verificaram o funcionamento da motobomba no interior da conduta e a falta de máscaras de qualquer espécie no local.

Depois de ter descido a 3ª vez à conduta, estando o aludido motor de rega a funcionar desde a sua colocação na mesma, desde hora não apurada mas após a hora do almoço, saiu da galeria evidenciando indícios de intoxicação por inalação de monóxido de carbono apesar do uso da referida máscara supra descrita.

Porém o ofendido x, tendo perdido os sentidos, não logrou sair, sendo retirado posteriormente, vindo a falecer devido a intoxicação por monóxido de carbono-(..) revelou nomeadamente na análise de sangue ao cadáver da vitima, a existência de 86% de carboxihemoglobina,.

(...)
No dia seguinte, por volta das 11h50 horas e através da utilização de um aparelho dotado de sensor foi possível detectar que, a cerca de 4,4 metros de profundidade, e a 30 metros da boca de saída, local onde a vítima foi encontrada, a concentração de monóxido de carbono era de 616 ppm (partes por milhão ) quando o valor limite de exposição (VLE) permitido pela Norma Portuguesa 1796 de 1988 é de 50 ppm.
.
As máscaras utilizadas pelo operário x e mais tarde pelo arguido quando desceu em socorro do y, possuem filtros combinados de poeiras finas e gases ácidos, não se destinando a filtragem de gás como o monóxido de carbono o que só é possível com uma máscara de isolante de circuito fechado tipo de mergulho ligada a uma garrafa ou cilindro de ar comprimido. São conhecidas aquelas como semi-máscaras para protecção respiratória .
.
O arguido era o único responsável pelo trabalho em curso...(..) .
O arguido permitiu a colocação da bomba a funcionar no interior da conduta e permitiu ainda que, posteriormente, dois trabalhadores descessem ao interior da conduta (...)
O arguido admitiu como possível que da instalação e funcionamento da motobomba no interior da conduta sem simultaneamente estar ligado para o mesmo interior um compressor,
resultasse uma excessiva concentração de gases no local, nomeadamente monóxido de carbono.
.
O arguido representou como possível que o funcionamento da motobomba no interior da conduta e da forma dada como provada tinha como consequência possível a criação de um perigo para a saúde e a vida dos ditos trabalhadores, face à libertação do referido gás, como aliás veio a acontecer e actuou conformando-se com esse resultado.
.
Atenta a sua qualificação académica e o cargo que desempenhava, sabia o arguido que tinha por obrigação instalar um compressor de ar na conduta de modo a compensar a elevada concentração de gases tóxicos no local - nomeadamente o monóxido de carbono - e melhorar as condições de trabalho dos operários que aí laboravam, atitude que não tomou simultaneamente à colocação da motobomba na conduta, apesar de tal lhe ser exigível, representando a falta de condições de segurança e higiene para os trabalhadores como consequência possível da sua conduta e actuando conformando-se com a criação do perigo para a vida e integridade física dos mesmos que veio a ter lugar.

(::::)
Aplicou-se o direito aos factos.
Entre outras coisas escrevi no acórdão:
.
Há que ter ainda em conta que o limite legal de exposição de monóxido de carbono, fixado pela norma portuguesa n0 1796 de 1988, homologada no DR II série, n023 de 28/01/88, é de 50 ppm.
.
O monóxido de carbono, é o gás "vulgar" que se solta quando o motor do nosso carro está em funcionamento.
É incolor, inodoro, um pouco mais leve que o ar e muito venenoso.
Nada tem a ver com fumos.
.
O fumo que se verificava no interior da conduta seria inócuo, ou quase, não fora o monóxido de carbono que logo após a ligação do motor de combustão começou necessariamente a ser libertado.
.
O monóxido de carbono, tem a propriedade de se combinar irreversivelmente com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte do oxigénio. Daí a percentagem encontrada no sangue da vitima.
.
É por isso que todos sabemos que não devemos permanecer numa garagem fechada com o motor do nosso carro em funcionamento!!
.
Se a preocupação com o ar ambiente que respiramos é uma preocupação constante dos governos e do legislador
.
( veja-se a título de exemplo a legislação sobre o ar DL nº 352/90 de 9.11 - Estabelece o regime de protecção e controlo da qualidade do ar. Revoga o Decreto-Lei n0 255/80, de 30 de Julho, e a Portaria n0 508/81, de 25 de Junho;
Portaria nº 286/93 de 12.3 - — Fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o ozono.
Declaração de rectificação no 91/93, de 31 de Maio Transpõe diversas Directivas.
Portaria nº 1058 /94 de 2.12.- Altera a Portaria n0286/93, de 12 de Março (fixa os valores limites e os valores gerais no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o ozono.
Despacho 79/95 de 12.1 (II série Do Instituto de meteorologia - Aprova a nota técnica acerca da regulamentação relativa ao envio para as entidades competentes dos resultados do auto controlo das emissões industriais para a atmosfera, resultante de medições em contínuo (de acordo com o Decreto-Lei n0 352/90, de 9 de Novembro).
Portaria nº 623/96 de 31.10 - —Incumbe o Instituto de Meteorologia de estabelecer os mecanismos de monitorização, de intercâmbio de informações e de informação e alerta da população, no que respeita à poluição atmosférica pelo ozono. Revoga a Portaria n0 286/93, de 12 de Março, na parte que dispõe sobre esta matéria.
Transpõe a Directiva 92172/CEE. JO L297 92-10-13 .
Portaria nº 125/97 de 21.2 -Altera a Portaria n0 286/93, de 12 de Março (fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o ozono).
Portaria nº 399/97 de 18.6 -Altera a Portaria n0286/93, de 12 de Março (fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o ozono).
Transpõe a Directiva 94/66/CE. JO L337 94-12-24
DL nº 276/99 de 23.7 - Define as linhas de orientação da política de gestão da qualidade do ar e transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n0 96/62/CE, do Conselho, de 27 de Setembro, relativa à avaliação da qualidade do ar ambiente.) se a preocupação com o ar ambiente é, como dizíamos, grande e rodeada de cuidados legislativos (pelo menos esses!) como não serão grandes as exigências e cuidados para a higiene e segurança no trabalho?!
Etc etc etc..
........................................
Fixou-se a pena.
Aceite foi a mesma com toda a dignidade e noção da ilicitude do facto e do desvalor da sua conduta.
Pergunto-me então:
.
E aos governantes que fecham os olhos ao que nos vai acontecendo todos os dias de forma lenta e letal... que responsabilidades pedir?
Como pedir?
Para quê o Protocolo de Quioto?
.
Atenta as suas classificações académicas e cargos que desempenham não sabem que o Protocolo é para ser respeitado e porquê?
Esperemos que as licenciaturas em Biologia, Direito, Economia e Finanças, etc, contribuam para um desenvolvimento tecnológico que poupe o planeta azul e os seus habitantes.
.
Que fazer para o respeitar e fazer com que o respeitem?
Esta missão depende dos gestos quotidianos - nas lides domésticas, nas opções de transporte - e, sobretudo, de políticas transversais concretas e claras. Que até agora não surgiram.
.
Em conversa com um amigo mais ligado às coisas económicas e empresariais, dizia-me ele : - É que não é só uma questão ambiental. É que se Portugal não cumprir o imposto no Tratado de Quioto, pagará elevadas taxas, subirá os preços dos combustíveis e o Estado lá irá andando todo contente!"
.
É. E nós lá iremos cantando cantado e rindo levados, levados sim!
.
Mas, e pergunto eu: -Não há responsabilidades a pedir aqui?
Fala-se da responsabilidade extracontratual do Estado...caberá aqui aplicá-la?
Esse tema é tão caro ao executivo. É uma bandeira de honestidade e verticalidade... Pois que a usemos e aqui também.
.
Há quanto tempo a responsabilidade estadual em caso de dano provocado por acção ou omissão dos seus agentes está enumerada na Constituição?
Fica-me aqui a pergunta.
Os Juízes continuam a aplicar leis...
A lei quando nasce é para todos.... ou é o Sol?
.
Dura Lex Sed Lex.....
.
Até quando???
.
De acordo com o disposto no artº 48º da CRP que "todos os cidadãos ( entendendo-se aqui as organizações, como associações profissionais, que mais não são constitucionalmente do que instrumentos de participação de cidadãos ) têm o direito a tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos ."
Tenho dito...
.
Ficam aqui alguns elementos para quem quiser saber mais e exigir aquilo a que tem direito.
.
Protocolo de Quioto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para:
navegação, pesquisa

Terra vista pela Apollo 17.
O Protocolo de Kyoto é consequência de uma série de eventos iniciada com a
Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (agosto de 1990) e que culminou com a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992). Também reforça seções da UNFCCC.
Constitui-se no protocolo de um
tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global.
Discutido e negociado em
Kyoto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março de 1999. Oficialmente entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.
Por ele se propõe um
calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até 2012, em relação aos níveis de 1990. Os países signatários terão que colocar em prática planos para reduzir a emissão desses gases entre 2008 e 2012.
A redução das emissões deverá acontecer em várias atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
Reformar os setores de energia e transportes;
Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
Limitar as emissões de
metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos;
Proteger florestas e outros sumidouros de
carbono.
Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que deva reduzir a
temperatura global entre 0,02ºC e 0,28ºC até 2050, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois hão comunidades cientificas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.
.
Os Estados Unidos e o Protocolo
Os
Estados Unidos da América negaram-se a ratificar o Protocolo de Quioto, de acordo com a alegação do presidente George W. Bush de que os compromissos acarretados pelo mesmo interfeririam negativamente na economia norte-americana.
A
Casa Branca também questiona o consenso científico de que os poluentes emitidos pelo Homem causem a elevação da temperatura da Terra.
Mesmo o
governo dos Estados Unidos não assinando o Protocolo de Kyoto, alguns municípios, Estados (Califórnia) e donos de indústrias do nordeste dos Estados Unidos já começaram a pesquisar maneiras para reduzir a emissão de gases tóxicos — tentando, por sua vez, não diminuir sua margem de lucro com essa atitude.
.
Sumidouros de carbono
Em
julho de 2001, o Protocolo de Kyoto foi referendado em Bonn, Alemanha, quando abrandou o cumprimento das metas previstas anteriormente, através da criação dos "sumidouros de carbono". Segundo essa proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem naturalmente o CO2, poderiam usar essas florestas como crédito em troca do controle de suas emissões. Devido à necessidade de manter sua produção industrial, os países desenvolvidos, os maiores emissores de CO2 e de outros poluentes, poderiam transferir parte de suas indústrias mais poluentes para países onde o nível de emissão é baixo ou investir nesses países, como parte de negociação.
Entretanto, é necessário fazer estudos minunciosos sobre a quantidade de carbono que uma
floresta é capaz de absorver, para que não haja super ou subvalorização de valores pagos por meio dos créditos de carbono. Porém, à partir da Conferência de Johnesburgo esta proposta tornou-se inconsistente em relação aos objetivos do Tratado, qual seja, a redução da emissão de gases que agravam o efeito estufa. Destarte, a política deve ser deixar de poluir, e não poluir onde há florestas, pois o saldo desta forma continuaria negativo para com o planeta
.
******************************
*****************************************
ACCB copy right

Etiquetas:

10 Comentários:

Blogger xavier ieri disse...

Bem prega Frei Tomás.
Quando cada um de nós estiver disposto (cumprindo), por exemplo a abdicar do pópó e utilizar os transportes públicos eléctricos ou a energia não poluente (onde estão eles?), assim como bicicletas e outros meios alternativos não poluentes (não dá status, gaita), então sim teremos dado grandes passos em favor do planeta, quer dizer, de nós mesmos.
Evidentemente que transportes públicos não poluentes, indústria não poluente, etc, etc, pressupõe duas mudanças: Uma mudança de mentalidade (não carece de maior explicação) e uma mudança de paradigma económico-energético. E é aqui que a porca torce o rabo.
Economics, that means money, rules the world, dear friend.
Não devemos baixar os braços, mas mantê-los altos durante muito tempo faz mal à circulação sanguínea. Digo eu!
Passem bem este período de Páscoa.

12 abril, 2006  
Blogger Apache disse...

Achei o texto de extrema pertinência mas um pouco confuso. Assim, sem querer corrigir ou contrariar o que escreveu, vou tentar apresentar o meu ponto de vista.
Peço desculpa antecipada pela extensão do texto.
Estão aqui identificados dois problemas ambientais distintos com que o planeta se debate: o "buraco" do ozono; e o efeito de estufa.

O "buraco" do ozono – O ozono é um gás azulado, muito venenoso e de odor desagradável que se formou nas camadas altas da atmosfera por acção da radiação ultravioleta sobre as moléculas de oxigénio do ar. Curiosamente, tem como finalidade proteger o planeta, dos efeitos nocivos dessa mesma radiação ultravioleta, impedindo que grande parte desta atinja a superfície terrestre. Nos humanos, o excesso de exposição a esta radiação provoca cancro da pele e cataratas, entre outros.
À superfície da Terra, o ozono é produzido em pequenas quantidades pelos escapes dos automóveis e sempre que se dá uma descarga eléctrica num meio contendo oxigénio. Em concentrações apreciáveis é um poluente "sério", sendo responsável, conjuntamente com o dióxido de azoto por problemas respiratórios.
Voltando à camada de ozono, ela tem em média 8 km de espessura (variando conforme o local e a época do ano) e situa-se entre os 20 e os 30 km de altitude.
Na Antártida descobriu-se que esta camada era muito mais fina (o buraco). Tal facto deve-se à emissão para a atmosfera de gases poluentes que destroem a molécula de ozono, designados por CFC´s (clorofluorcarbonetos). Estes gases existem essencialmente, nos sprays e nos frigoríficos, e foram arrastados para o pólo sul, devido ao movimento de rotação da Terra e ao movimento das massas de ar. A sua emissão para a atmosfera foi reduzida para metade, após a assinatura do Protocolo de Montreal em 1987.

O efeito de estufa – Estrelas como o nosso Sol, com temperaturas que vão dos 6 mil aos 15 milhões de graus emitem radiação que cobre todo o espectro electromagnético. No entanto, a maioria dessa radiação é luz visível, isto é, radiação de pequeno comprimento de onda, captada pelos nossos olhos. Para estes comprimentos de onda, o vidro ou a água, por exemplo, são transparentes, isto é, deixam-se atravessar por ela (a radiação), esta ao incidir nos corpos, aquece-os. Qualquer corpo a uma temperatura diferente do zero absoluto (-273,15º Celsius) emite radiação. Mas, corpos a temperaturas da ordem de grandeza das que temos à superfície da Terra (poucas dezenas de graus) emitem radiações de comprimento de onda muito maior que o visível, na zona dos infravermelhos. Para esta radiação, o vidro, o plástico, o dióxido de carbono, o metano, a água, etc., não são transparentes, ou seja, não se deixam atravessar pela radiação. Assim, o dióxido de carbono, o metano e o vapor de água, formam uma espécie de parede que impede a saída de parte do calor (radiação infravermelha) que a Terra absorveu, criando o denominado efeito de estufa. Fenómeno semelhante ocorre com um automóvel estacionado ao sol.
Os principais gases responsáveis pelo efeito de estufa são os citados, dióxido de carbono (60%), que é produto de todas as combustões, metano (20%), produzido na queima incompleta dos hidrocarbonetos, nas explorações pecuárias, nos aterros sanitários e nas ETAR´s, CFC´s, HFC´s (hidrofluorcarbonetos) e PFC´s (perfluorcarbonetos), (os 3 com cerca de 14%) e os restantes 6% repartem-se por vários outros gases, com destaque para o monóxido de azoto, o hexafluoreto de enxofre, o ozono) e o vapor de água.
Nos últimos 100 anos, a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera aumentou 31% e a de metano aumentou 150%. Se nada for feito, em 2050 a temperatura média do planeta terá subido mais de 2º Celsius (alguns estudos apontam para 5º C), sendo que, esta subida não é uniforme. No equador deverá ser de cerca de 1 grau mas nos pólos deverá ser superior a 10 graus, provocando o derretimento em massa das calotes polares, com consequente subida do nível das águas. A linha de costa será substancialmente alterada, muitas ilhas ficarão submersas e alguma fauna e muita flora costeira extinguir-se-ão. As alterações climatéricas serão profundas.
Para tentar inverter o rumo dos acontecimentos foi assinado o Protocolo de Quioto.

Em relação a este problema levantam-se duas questões, a política e a científica, indissociáveis.
O Protocolo de Quioto está actualmente assinado por mais de 150 países, mas ficaram fora dele, os Estados Unidos, responsáveis pela emissão de 40% de todos os gases com efeito de estufa e a Austrália, responsável por cerca de 3% dessas emissões. Os restantes países não-signatários representam apenas 1% das emissões. Ora, um acordo que deixa de fora o maior poluidor é um acordo condenado à partida. Os Estados Unidos começaram por subscrever o acordo, depois desvincularam-se; invocaram a inexistência do problema, depois a ineficácia das medidas propostas, enfim, o circo propagandístico habitual. Perante a pressão da comunidade internacional (principalmente, UE, Rússia e China, estes 2 últimos, curiosamente, acérrimos defensores do acordo, juntaram-se a ele à pouco mais de um ano), acabaria por assinar recentemente, conjuntamente com a Austrália, a China, a Índia, o Japão e a Coreia do Sul um acordo semelhante, que consideram melhor, mas que é alvo de grandes críticas da UE e da Rússia (que surpresa ;)). Todos diferentes, todos iguais... a si próprios!...
Alguns políticos e alguns cientistas passam metade do tempo de costas voltadas e a outra metade a conspirar conjuntamente. Elites!...
Não é opinião universal que o efeito de estufa seja tão prejudicial como se diz, mas o contrário também tem defensores (isto é, há quem defenda que é muito mais grave do que pensa a maioria).
Mas também existem teorias que anunciam a inexistência do problema, e não são tão descabidas como se pensa. É que o problema é causado na sua génese pelos combustíveis que usamos e esses, quantos anos vão durar? Ninguém nos quer dizer, especula-se descaradamente! A fazer fé nos únicos estudos credíveis sobre o assunto (datados do "longínquo" ano de 1979) o petróleo estará esgotado antes de 2030 e se for substituído na íntegra pelo carvão, o que neste momento é tecnologicamente impossível, este (o carvão) esgotaria antes de 2050.
O Xavier levantou (e bem) a ponta do véu. Que energias usaremos nos próximos 20 ou 30 anos?
A questão "recente" das centrais nucleares no Irão têm muito a ver com o problema energético, tanto ou mais que com a questão militar e as grandes potencias sabem disso. O fim do petróleo é a morte anunciada dos países árabes que não têm outras fontes de rendimento.
A questão energética é um dos dois grandes desafios (ou segredos???) da ciência actual, o outro é o da manipulação genética.


Se calhar não fui de encontro às suas expectativas mas, apanhou-me em maré baixa.
Estes assuntos são apaixonantes mas as minhas paixões andam... (ou melhor, não andam!)

Ah, já agora... O "seu engenheiro", GANDA TOTÓ!...
Tendo em conta os valores de carboxi-hemoglobina que referem na autópsia, a vítima esteve exposta a uma concentração de monóxido de carbono superior a 700 ppm. A assistência também não foi rápida, o coma dá-se para valores de carboxi-hemoglobina superiores a 80%.
Só mais uma nota, felizmente a maior parte dos gases que se libertam dos escapes dos automóveis é dióxido de carbono e não monóxido de carbono, caso contrário...

Bom trabalho e boas "postagens"!

13 abril, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

Olá Apache.
A sua postagem começa a "aquecer" a partir de " então foi assinado o protocolo de Quito".

Gostei do comentário ao Tótó do engenheiro. Na verdade ele não devia ter feito as contas.. mas é elementar não é??

Pronto.. tirando o discurso internético sobre os gases , é como he digo, a postagem aquece a partir do tratado de Quioto.
Vamos lá ver se o planeta não aquece mais e , se quem tem essa obrigação e competência abre os olhos e as narinas!!!

13 abril, 2006  
Blogger Brandybuck disse...

Não teremos todos nós um pouco de culpa?

13 abril, 2006  
Blogger Jorge Moreira disse...

Querida Amiga,
Li esta tua magnífica reflexão sobre o homem e o ambiente…

Existem vários problemas a considerar.
A evolução tecnológica não foi acompanhada por uma evolução espiritual. Por esse motivo, nos dois últimos séculos, o homem explorou a natureza de uma forma egoística, só para satisfazer as suas supostas necessidades, destruído e desbastando a natureza. Esquece-se o homem, que também ele é natureza, que não pode viver separado dela, que a biodiversidade, a pureza do ar, da água e da terra, são indispensáveis para a sua saúde física, emocional e espiritual. Porque tudo está interligado e os nossos actos têm consequências.

Hoje existe um novo deus muito mais destruidor que os anteriores… a economia de mercado e o seu filho… o consumismo.
Por este deus e seu filho fazem-se tudo: exploram-se crianças; aniquilam-se famílias, povos, culturas; destroem-se excedentes alimentares, quando uma parte da população morre à fome; ganha-se milhões com os medicamentos e esses milhões não servem para acabar com algumas doenças que fustigam os Continentes mais pobres; fazem-se guerras para alimentar a indústria de armamento; destrói-se a natureza pelo uso excessivo do petróleo, para dar boa vida a alguns magnatas; extinguem-se espécies…; matam-se animais só para alguém vestir um pele de …; etc. ect. etc.
Que mundo é este?

Nas nossas escolas e universidades ensina-se a explorar os outros. Qual será a formula de enriquecer uma empresa (uma pessoa), nem que para isso, se tenha de despedir n funcionários e alguns deles, famílias inteiras que vão cair na miséria…; ensina-se a competir, não a cooperar; ensina-se a ser um ser egoísta, sem escrúpulos, sem alma, frio, destruidor…

Os EUA, ou melhor, a “escumalha” que actualmente tomou conta da Casa Branca, são seres que idolatram o novo deus e seu filho e saíram da fornalha do ensino supracitado…

Ainda tenho Esperança, no entanto, as consequências para as quais caminhamos são desastrosas… um paradoxo!


Obrigado pelos teus comentários nos meus espaços. Se demorar a responder ou a visitar é porque ando com bastante trabalho.
TAF.’. e boa Páscoa.

14 abril, 2006  
Blogger DarkMorgana disse...

Depois de tão brilhantes comentários, pouco me resta dizer...
Que os políticos se acomodaram porque há grandes interesses económicos ao barulho? É verdade!
E depois, para quê investir em algo que só vai exigir aos seus eleitores mais esforço, e que só vai dar bons resultados muito mais tarde, com outro político qualquer a "colher os louros"?

Que nós nos acomodámos? Também é verdade! Todos nos preocupamos com o assunto, mas pouco mais fazemos do que reciclar o lixo.
Pensamos sempre que só os nossos trinetos que nem vamos conhecer é que vão lucrar com isso...

O ser Humano acomoda-se desde que existe! Como ser (ir)racional que pensa ser, acha-se no direito de esgotar tudo aquilo que o planeta tem para lhe dar!
Tudo em prol do conforto, da comodidade, da tecnologia, do poder, do status, da imagem que passamos aos outros...tudo em prol do que vivemos no dia-a-dia...

Algum juíz me diz quais as sanções a ser aplicadas aos governantes dos países que não cumpram as indicações do Tratado de Kioto? (De preferência algo que não implique aumento dos impostos...)

E porque é que, em vez de se encher a barriga ao Zé-povinho no horário nobre com novelas idiotas e reality-shows execráveis, não se fazem programas para sensibilizar mais a opinião pública e com indicações práticas do que fazer?

E não só em relação ao tabaco e aos fumos dos carros, mas também em relação
- às tintas que se usam nas roupas e à necessidade em comprar roupas novas para estar na "Moda"
-aos óleos que se deitam pelo cano abaixo
- à àgua em excesso que se gasta diariamente...
etc, etc...

15 abril, 2006  
Blogger Angel_Ariel disse...

Num país em que as questões ligadas ao ambiente nunca foram levadas a sério, estou em crer que ultimamente alguma coisa tem vindo a ser feita. Quando pensamos que países há em que o ambiente desde sempre tem vindo a ser cuidado, aqui só há alguns anos se foram dando passos nesse sentido. E o mais lamentável é que as iniciativas que houve unicamente surgiram a reboque de directrizes europeias e não por nossa iniciativa!
E assim, há uma década para cá tem vindo a surgir algo neste sentido (cf. as que a Cleópatra enumera e muitas outras dirigidas a regimes específicos). Mas…há fiscalização? Pouca…. Se calhar podia ser maior! É aplicada?! Por vezes, mas podia ser mais…. E não é, porque falta a fiscalização!
Como se pode condenar se não há “autos de noticia”?
Porém, o maior problema está realmente nas mentes das pessoas, na consciência individual e colectiva!
Quando esta questão for assumida por todos, decerto que as normas passarão a ser cumpridas e haverá uma maior fiscalização.

18 abril, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

Ena ena tanta gente preocupada com o ambiente! E com tanta coisa para dizer e fazer!
esperamos mais comentários de quem sabe destas cpoisas.
Vamos ver se aparecem!

Morgana, um dia destes respondo-lhe como deve ser.

18 abril, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

ESQUECI DE DIZER:
Óptimos comentários!!!

18 abril, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

Ainda a propósito.

08 fevereiro, 2007  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

__________