Tenho o olhar escondido nas mãos
que cheiram a ilhas desertas de ti.
...
As aves traçam rumos de ida
e a tua voz vai com elas.
E tu segues a tua voz.
...
Tenho medo que não regresses do invisível.
Tenho medo de (te) pensar
«à velocidade da minha solidão.»
...
Ni*
Há no tempo e no espaço
Um adivinhar de desgraça
Tudo o que foi dilui-se no estar
O ser não sabe se é ou se fica
E uma tragédia desenha-se na memória que se projecta no futuro
Tenho medo que a Voz não oiça o olhar
E muito medo de que o olhar não olhe mais os olhos da Voz
No silêncio que se vai estabelecendo
Porque a verdade não se diz
Fica a amargura
da incerteza do amanhã
E o Medo toma conta da Verdade.
-
ACCB
Etiquetas: Desafios
12 Comentários:
Medo
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem lhes digo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
do poeta Reinaldo Ferreira
Bjinhos e bom fim-de-semana sem medos
Miedo al miedo de no saber vivir,
de perder las pequeñas cosas que adornan la vida
y saber que las cosas una vez se terminan...
Beijos, amiga
Não quero escrever sobre o medo.
Tenho medo de olhar através dos teus olhos e ver a minha alma.
Não quero escrever sobre o medo.Tenho medo que no teu joelho não haja mais a marca do beijo e no teu cotovelo ainda haja uma ferida.
Tenho um buraco no peito feito de medo de ter medo.
Hummm Já temos aqui medos.
Vou juntar um que deixei em tempos no Dizpositivo
****
entrega as tuas mãos ao medo
e não viverás.
há um espaço de arbítrio- entre acaso, ética,
responsabilidade, dever -
uma fenda para a coragem.
a vida caminha pela terra
passos decididos
entre tudo e nada,
uma brevidade imperceptível
a roçar os nossos rostos.
nada restará
depois que as horas calarem.
entrega tua face ao medo
e não a verás viva.
Silvia chueire
Espero que para nosso bem, a Verdade nunca seja vencida pelo medo...
O amanhã é, de facto uma angustiosa incerteza...
Umas pequenas notas breves (que o tempo é escasso…) sobre o medo, visto de um certo prisma:
Diz o Financial Times que o medo é bom para os mercados…
Será bom para nós, almas inquietas? Creio bem que não…
O medo dá-nos as angústias mais variadas…retira-nos o discernimento…
Um dos maiores medo é perder o nosso amor, não é verdade? A vida é tão frágil… não é o amor que é frágil, mas sim a vida…
Num outro plano, Portugal não é um país de medrosos. Toda a nossa história o desmente. Atente-se na descoberta de novos mundos, veja-se, mais recentemente, a guerra do Ultramar: qualquer outro País, ao constatar que os guerrilheiros estavam armados pelas grandes potências da época – União Soviética, China, toda a Europa de Leste comunista – teria logo baixado os braços…
E que dizer da nossa diáspora? Portugal é um país de emigrantes aventureiros, sem medo do desconhecido.
Se assim não fosse, há muito que teria sido absorvido por Castela.
Mas, curiosamente, hoje em dia, com o aparecimento de um maior bem-estar material, parece que todos nós estamos reféns de um outro medo, ou de um novo medo: o medo de ficar sem nada, na miséria, sem casa e sem pão… o medo desta globalização, do novo mito da produtividade a todo o custo, a passagem do ser humano a mera expressão numérica…
Quanto mais a sociedade “progride” mais o medo se vai instalando em todos nós, indefesos e impotentes perante uma máquina cega e niveladora…
Gostei do seu texto sobre o medo. E acho que merecia uma postagem
A globalização também me assusta.
Sabe? Acho que certas igualdades de oportunidades, criam oportunismos..
Bam, mas isso fica para outro texto.
Que dizer sobre o medo,
esse fantasma que nos persegue e dasilnha,
esse pecado indesejado que nos assedia,
Que nos espreitas no escuro no silencio dos dias...
- fujo para a frnte, porque dele tenho Medo!
Jinhos
(...este desafio é um desalento!)
São as pseudo-igualdades que, vamos a ver, não existem: e para fingirmos que existem, criam-se esquemas paa as mesmas poderem ser atingidas, sabe-se lá como...
Olhe, há-de explorar esse tema das "igualdades", certamente um "trauma" inventado no pós 25 abril.
Um trauma de quem não sabe ser diferente.
Um trauma de democratazinhos inseguros e que querem parecer muito bonzinhos
Um trauma de oportunistas.
sabe Cabral mendes, cada vez me convenço mais de que o livro do Friedman é um engano.
Se calhar como o nobel da Paz do Al gore.
Havemos de falar disso ou tratar isso.
«Tenho um buraco no peito feito de medo de ter medo.»
...
EXCELENTE!
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