-Presidente da MEDEL condena secreta militar italiana
"O presidente de MEDEL (Magistrados Europeus pela Democracia e as Liberdades), Miguel Carmona Ruano, condenou a actuação da secreta militar italiana (SISMI), acusada de ter espiado juízes italianos e estrangeiros na Península. "
"Como presidente de MEDEL tenho que discordar dos usos, por parte de um serviço de inteligência, de métodos que põem em causa a democracia e o legítimo exercício das liberdades de expressão e associação", salienta Carmona Ruano num comunicado."
A partir do início do Verão de 2001, logo a seguir às eleições legislativas desse ano, os Serviços Secretos Militares Italianos (SISMI) começaram a espiar magistrados italianos e europeus e as suas associações, denunciou quarta-feira o Conselho Superior da Magistratura italiano (CSM) numa resolução aprovada por unanimidade em sessão plenária.
Segundo o CSM, a actividade da secreta militar, "estranha às atribuições e competências do SISMI" prosseguiu "de forma contínua até Setembro de 2003" e depois de forma "pontual até Maio de 2006", um mês depois das legislativas que ditaram o regresso ao poder de Romano Prodi.
Esta ingerência, segundo Carmona Ruano, "materializou-se através do acesso ilegal às nossas listas de distribuição de correio electrónico, assim como da redacção de informações tendenciosas e fraudulentas sobre actividades da associação e dos seus membros".
As informações recolhidas, de acordo com o CSM, chegaram por várias vezes "ao director" do SISMI, Niccolo Pollari, que foi afastado em Novembro de 2006 pelo Governo Prodi pelo seu envolvimento no rapto em Itália em Fevereiro de 2003 de um ex-imã egípcio por agentes da CIA (Serviços secretos norte-americanos).
O CSM fundamenta estas acusações citando autos de inquéritos da Procuradoria de Roma e de Milão, apreendidos durante uma busca aos gabinetes do SISMI em Roma, a 05 de Julho de 2006.
Um deles referia um projecto de "observação e de intervenção do SISMI" em juízes "definidos como portadores de pensamentos e estratégias desestabilizadoras (...) e próximas dos partidos" de esquerda.
Grandes nomes da magistratura italiana figuravam nestes dossiers, como o ex-chefe do Ministério Público de Milão Francesco Saverio Norrelii ou a procuradora Ilda Bocassini conhecida por ter conduzido investigações contra o ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi.
Segundo o CSM, foi também realizado um dossiê sobre a MEDEL, nomeadamente "através da análise detalhada dos correios electrónicos divulgados no foro interno da associação" em 2001 e 2002.
No comunicado, o presidente da MEDEL promete tomar "as medidas apropriadas" para defender a "autonomia" e "credibilidade" daquela ONG reconhecida pelo Conselho da Europa e pela UE.
Associação de europeia de juízes e procuradores do Ministério Público, a MEDEL desenvolve as suas actividades associativas e culturais em estreita relação com organismos internacionais e com associações de juízes e procuradores do Ministério Público da Europa, África e América Latina.
Sindicatos de juízes do Ministério Público de Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre, França, Bélgica, Alemanha, República Checa e Polónia integram a associação, vocacionada para o "fortalecimento" da independência da Justiça e da "protecção" dos direitos fundamentais.
António Cluny, presidente do SMMP (Sindicato dos Magistrados do Ministério Público) é vice-presidente da MEDEL."
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Antes de comentar, concluir ou censurar, pergunto:
Porquê????
Para segurança dos próprios Magistrados?
Por suspeitas sobre os Magistrados?
Porquê?
Porque investigar na hora é uma coisa.
Necessidade de investigar na hora é outra coisa.
E espiar por espiar é outra.
Mas, se está em causa a segurança dos próprios magistrados....
Se está em causa o combate ao terrorismo, provavelmente, a rapidez com que as " forças especiais" têm de actuar, parece violadora de direitos e não é.
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Porquê?
Até agora ninguém deu uma resposta.
Mas , pela parte que me toca, aguardo serenamente a razão porque, acredito que há alguma e válida.
Que poderá nem poder ser aflorada de imediato por razões de segurança, quem sabe internacional........
Só pode ser assim.
ACCB
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Etiquetas: Actualidades
6 Comentários:
Eles andam aí...
"Mas , pela parte que me toca, aguardo serenamente a razão porque, acredito que há alguma e válida." Estou certo que há uma razão, mas tenho poucas dúvidas da invalidade da dita.
Hola te saludo desde Uruguay.
Me guastaría que nos visitáramos.
Beijo.
Este mundo está cada vez mais policiado e inquietante. Com a agravante de que hoje existe tecnologia que não existia nos anos 30 40 ou 50...
Vim espreitar as tuas prosas acutilantes.
Este comentário foi removido pelo autor.
Não me mete medo um mundo policiado.
Mete-me medo um Mundo onde a Policia não saiba ser poli cia.
Estou certa contudo que , para além de se atribuirem mais poderes à policia, também se investe na sua preparação a todos os níveis.
E acredito e defendo, que há investigações que não podem esperar, para segurança de todos.
Mas, tal implica Policias realmente conscientes da responsabilidade das suas funções e chefes que o saibam ser.
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