"As minhas mãos
As minhas mãos perdem-se nas teclas, alteram-se
Entre a doçura e a violência. Podem as notas fazer
Amor? Consegues ouvir? É para ti que toco!"
Eu amor, não sei porquê mas oiço os pássaros cantarem. Apesar dos carros, da poluição das gentes que me são indiferentes, apesar do frio e da chuva, de tudo o que é cinzento e feio.., oiço os pássaros cantarem.
As minhas mãos perdem-se nas teclas, alteram-se
Entre a doçura e a violência. Podem as notas fazer
Amor? Consegues ouvir? É para ti que toco!"
Eu amor, não sei porquê mas oiço os pássaros cantarem. Apesar dos carros, da poluição das gentes que me são indiferentes, apesar do frio e da chuva, de tudo o que é cinzento e feio.., oiço os pássaros cantarem.
E não sei
Se o canto é deles ou meu. Sinto que há algo que me enche e transborda.
Se o canto é deles ou meu. Sinto que há algo que me enche e transborda.
Uma sensação de plenitude, um hino à vida.
Na realidade, existe um ladrão furtivo que me roubou as horas
De sono. Não durmo. Não consigo dormir. E acordo todos os dias
Com olheiras a partilharem um sorriso beatífico.
Visto-me sem saber bem se a camisa joga com a gravata, ou se os sapatos justificam a cor das calças. Sou um decadente à procura da tua cadência, um desesperado que anseia por uma esperança tua, um solitário que vê em ti o sol.
E eu espero-te tanto, meu amot Tanto, que as minhas mãos enlouquecem. Elas acariciam o ar, desenhando-te a partir do nada. Creio que estão profimdamente apaixonadas... Procuram-te, sedentas e esvoaçantes, até ficarem trémulas.
Elas amam-te para a vida, como cantava Bécaud. E tu riste da mi-
Nha insanidade, desta paixão arrebatadora que me queima.
Agarro o volante e os meus dedos tacteiam incansáveis: “Onde
está aquela que nos obceca? Aquela a quem já tudo demos?”.
E oiço uma melodia tocada ao piano. Apercebo-me de que sou eu que a toco. Uma reinvenção de Chopin, ousado como sou, cheio de sentimento, fervilhante de movimento. As minhas mãos perdem-se nas teclas, alteram-se entre a doçura e a violência. Podem as notas fazer amor? Consegues ouvir? É para ti que toco!
Queria agradecer-te por fazeres a Primavera renascer no meu
Invemo. E do manto de neve branco que eu era, inventaste flores e
pássaros, sons melodiosos, concertos nocturnos, insónias boas...
És tão doce, meu amor.
Na realidade, existe um ladrão furtivo que me roubou as horas
De sono. Não durmo. Não consigo dormir. E acordo todos os dias
Com olheiras a partilharem um sorriso beatífico.
Visto-me sem saber bem se a camisa joga com a gravata, ou se os sapatos justificam a cor das calças. Sou um decadente à procura da tua cadência, um desesperado que anseia por uma esperança tua, um solitário que vê em ti o sol.
E eu espero-te tanto, meu amot Tanto, que as minhas mãos enlouquecem. Elas acariciam o ar, desenhando-te a partir do nada. Creio que estão profimdamente apaixonadas... Procuram-te, sedentas e esvoaçantes, até ficarem trémulas.
Elas amam-te para a vida, como cantava Bécaud. E tu riste da mi-
Nha insanidade, desta paixão arrebatadora que me queima.
Agarro o volante e os meus dedos tacteiam incansáveis: “Onde
está aquela que nos obceca? Aquela a quem já tudo demos?”.
E oiço uma melodia tocada ao piano. Apercebo-me de que sou eu que a toco. Uma reinvenção de Chopin, ousado como sou, cheio de sentimento, fervilhante de movimento. As minhas mãos perdem-se nas teclas, alteram-se entre a doçura e a violência. Podem as notas fazer amor? Consegues ouvir? É para ti que toco!
Queria agradecer-te por fazeres a Primavera renascer no meu
Invemo. E do manto de neve branco que eu era, inventaste flores e
pássaros, sons melodiosos, concertos nocturnos, insónias boas...
És tão doce, meu amor.
E eu amo-te como se ama Varsóvia: com respeito pela genialidade, beleza e singularidade.
Mas que sei eu? Aturdido por esta sinfonia que me esmaga e engrandece...
É preciso tocar com o coração, sentir a música. Consegues fazê-lo?
Gosto de me ver nos teus olhos. Foi assim que percebi que já te
Habitava. E fiquei tão desorientado que não soube o que fazer com
Estas mãos que, agora, frenéticas, te procuram.
Só me resta deixá-las partir e esperar que regressem... Inebriadas de ti.
Gosto de me ver nos teus olhos. Foi assim que percebi que já te
Habitava. E fiquei tão desorientado que não soube o que fazer com
Estas mãos que, agora, frenéticas, te procuram.
Só me resta deixá-las partir e esperar que regressem... Inebriadas de ti.
-DIOGO LAPA
-
Obrigada pelo texto.- ACCB
Etiquetas: nos meus olhos
5 Comentários:
E assim começo o meu dia...
Levo as palavras no regaço da memória.
Regaço...? Memória...?
Vê-se logo que ainda não tinha acordado totalmente, 99,9999999999% de mim ainda dormitava.
Retiro o que disse à excepção das reticências e do ponto final!
olá, o (meu)tempo escasseia ultimamente, mas passa lá pelo meu canto...
mais tarde passo para comentar este texto fantástico como merece, para já fica o convite...
Um beijo
Também eu toquei para ela, e ela nunca quis escutar...
Excelente texto. Só hoje dei por ele. Mereces o texto Cleopatra.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial