O POEMA QUE ELE LHE ESCREVEU EM PROSA
Esta noite, como nas outras, estás ausente mas em mim
Todo o meu corpo te sente num apelo
A minha pele queima de tanto desejar-te
E, os meus lábios sequiosos dos teus
Entreabrem-se em busca da tua boca
Nos meus dedos perpassa a seda que sempre cobre as tuas pernas
No meu peito sinto o toque suave da tua mão
A tua língua percorre o meu pescoço
E sinto o teu corpo incendiar o calor do meu
De te não ter doi-me a alma e todo o meu ser
Há um aroma na luz suave que sinto de ti em meu redor
Um turbilhão de desejo invade-me e inunda-me
Não te tenho mas estás presente nos meus sentidos
E uma explosão de nós acontece em mim.
ACCB
( Abril de 2004 - Podia ser em tempo de SaKura - Podia ser em ToKio, Osaka, Miyagi, Okayama...sei lá.)
( Abril de 2004 - Podia ser em tempo de SaKura - Podia ser em ToKio, Osaka, Miyagi, Okayama...sei lá.)
Etiquetas: poemas alheios
7 Comentários:
Muito bonito, muito sentido.
Limitei-me a reduzir o que me deram escrito em prosa a algo semelhante a um poema. Apenas isso. Tentei corresponder ao desejado.
Nas antologias que tenho sobre o amor na poesia portuguesa, falta este poema...
Sensibilidade à flor da pele.
Este texto arrepia-me. É um daqueles arrepios vertiginosos e bons que nos tocam os pontos vitais... lá...onde os lábios certos, da pessoa que queremos, escreveriam poemas sem palavras. Este ‘ELE’, de que fala o teu ‘post’... poderia ser o ‘Ele’ especial de qualquer uma de nós, MULHERES, que adivinhamos até o não dito. Vou ousar, Cleo... vou imaginar o que ‘ELA’ lhe responderia. Ainda que o ‘momento’ não seja o melhor para mim... ou... talvez por isso...
(Gostaria de poder escrever aqui este texto a cor de cereja...)
A PROSA QUE ELA LHE RESPONDEU... SENTINDO-A COMO UM POEMA
(...)
Esta noite, desde que o tempo nos colocou no cruzamento das águas dos olhos, sinto-te em mim, como a única pátria que me corre nas veias.
O meu corpo, que acaricio com o pensar em ti, mais do que com a ponta dos dedos, murmura-me que os meus poros são salinas sem água, ansiando o traço da tua língua molhada e ávida.
E os meus lábios, entreabertos, brilham como cerejas doces e maduras, para ti. Porque é da minha boca que tens sede. E fome. E vontade. E eu sei. E eu sinto.
E é de olhos fechados que respiro a canção que nos acompanha à distância.
Dói e dá prazer este querer-te tanto...
Há um aroma de ti que me tatua, como manto de neblina de seda, como se cada partícula de beleza fosse uma célula tua que junto às minhas. Como se a distância fosse ilusão.
A distância É ilusão.
Aprendi-o contigo.
E o desejo de ti é tão real, como maré que a lua comanda...
E a mão que me percorre não é mais a minha... nem a tua... é a nossa.
E uma explosão de nós inunda-nos, num gemido silencioso, que contém o perfume de todos os amantes... de todos os tempos.
A lua... finge-se indiferente... mas sorri(-nos).
(...)
Ni*...
(Há mares que nascem nos olhos...)
Fantástico NI.
Provavelmente... muito semelhante ao que ela lhe terá dito depois de "o ler".
Há mulheres a quem o aroma,...o simples aroma da pessoa amada, lhes tatua a pele, lhes deixa uma tatuagem nos olhos, nos dedos, nos poros...Poucos entendem esse sentir;
Há mulheres que são felizes com o pensamento do amado, apenas, as imagens de momentos vividos a dois;
Há mulheres para quem a distancia e o tempo é zero, porque o sentimento é único e, tudso o que é delas não é só delas, mas de ambos.
Doi e dá prazer amarem tanto.
É um amargo doce, arrepio quente e frio..
Há mulheres assim...
E são reais.
Obrigada Ni pela tua sensibilidade e pela forma como foste ao encontro de sensibilidades alheias que no fundo vejo, também são tuas.
Bj
Voltei para voltar a ler. Deliciei-me com o que encontrei depois escrito.As mulheres são um mistério fantástico.
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