Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Eu devia vir aqui hoje falar do problema da Independente que ficou completamente dependente.
Devia falar hoje de um tal mestrado em Engenharia sanitaria, mas tinha que acabar a falar de sanitas e isso incluía.............................Pois.
Prefiro então falar de coisas mais agradáveis.
Pelo menos por enquanto e enquanto o trabalho aperta.
Assim deixar-vos-ei todos os dias um pedacinho da história de Jorge Amado, O gato malhado e a Andorinha Sinhá.
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Agradeço que o leiam com sotaque.
Fica mais engraçado ainda.
Levem a narrativa a sério mas divirtam-se com ela.
É riquissima em texto - prosa poética- e em sentimentos.
A alegria da andorinha e a solidão do gato......espreitem.
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“O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha”
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Verso popular no qual Jorge Amado se baseou.
Então aqui vai o primeiro pedacinho:
*
(...) Vestida de luz branca com salpicos de flores azuis e vermelhas a manhã, atravessa por entre as nuvens distraída, pensativa, reflectindo sobre o caso que o Vento viera lhe contar.
Sonhadora ao recordar detalhes. Ligeiramente melancólica.(...)
A história que a manhã contou ao tempo para ganhar a rosa azul foi a do Gato malhado e da Andorinha Sinhá...
(...)
Quando a Primavera chegou, vestida de luz, de cores e de alegria, olorosa de perfumes sutis, desabrochando as flores e vestindo as árvores de roupagens verdes, o Gato malhado estirou os braços e abriu os olhos pardos, olhos feios e maus. Feios e maus na opinião geral.
Aliás, diziam que não apenas os olhos do gato Malhado refletiam maldade e sim, todo o corpanzil forte e agil, de riscas amarelas e negras.Tratava-se de um gato de meia idade, já distante da primeira juventude, quando amara correr por entre as árvores, vagabundear nos telhados miando á lua Cheia canções de amor, certamente picarescas e debochadas.
Ninguém podia imaginá-lo entoando canções românticas e sentimentais."
................................................CONTINUA!
Etiquetas: livros
5 Comentários:
O gato malhado quando chegou a Primavera olhou para nascente seria rainha, não, ela era muito mais que uma rainha era um simples andorinha cheia de graça e de amor
É uma história lindíssima! Excelente escolha, Cleópatra!
"Tratava-se de um gato de meia idade, já distante da primeira juventude, quando amara correr por entre as árvores, vagabundear nos telhados miando á lua Cheia canções de amor, certamente picarescas e debochadas."
Um gato com ambições políticas, certamente...
Gosto de ler Jorge Amado mas não conhecia este escrito. Fico à espera de mais!
Mais uma escolha à moda da Cleopatra.
Este história é lindíssima.
É uma daquelas que tenho guardada para ler a quatro olhos em parceria com o filhote.
Bjo
Eva
Li-o nas férias da Páscoa com a minha filha. E já o comentámos as duas...E já rimos às gargalhadas as duas por causa dele... e já chorámos as duas, também por causa dele!!
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