CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

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Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

online

quarta-feira, março 28, 2007

Desafio


MOTE

" Quem tem Medo de Tempestades Acaba a Rastejar"
-

Escrevam um pequenino texto sobre este mote.
_


O desafio fica lançado

à Ni
-
ao

ANónimo
com quem por vezes escrevo a três mãos.
.
Gosto de chamar assim ao jogo de escrita que fazemos.


Mas estão convidados todos os corajosos e todos os que gostam de desafios como a GTL
A LUA DE LOBOS
E O APACHE
Já agora JOÃO.... apare o lápis e venha daí também
E traga outro amigo ...
O FERREIRA E O MANZA já se juntaram a nós.
E o LOUCO e.....quem mais quer escrever sobre tempestades???

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20 Comentários:

Blogger ferreira disse...

Exmª Srª Cleopatra,
não fui nomeado, mas vou atrever-me a pôr aqui a minha patetice:
Quem tem medo de tempestades
Acaba a rastejar…

Ela disse que não…
Antes de ontem pedi a minha
melhor amiga em namoro,
via -email

Ela disse que não…
Armei uma grande tempestade
Chamei-lhe de tudo, desde
Diotima, Ophélia, Beatriz,
Dulcineia, Vénus, Helena,

Não contente, enviei-lhe um terramoto,
De cartas electrónicas, desde estórias
Sem piada nenhuma, dez versões da música
Knocking on heaven's door,
Cinco fotos em fato e gravata,

Mas ela disse que não…
Delicada, carinhosa e inteligentemente,
Pelo que não rastejou,
E eu também não,
Continuo a encher-lhe a caixa de correio
Com dedicatórias infantis…

29 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Ela não teve medo de tempestades ena Ferreira!?
A sua tempestade não lhe provocou nenhum naufrágio!
Gostei sabe?
Não estava à espera que respondesse nem estava à espera de uma tempestade tão electrónica.
LOL! ;)

29 março, 2007  
Blogger M@nza disse...

Já Camões dizia nos LUSÍADAS, cântico IV:
«Despois de procelosa tempestade,
Nocturna sombra e sibilante vento,
Traz a manhã serena claridade,
Esperança de porto e salvamento;
Aparta o Sol a negra escuridade,
Removendo o temor ao pensamento:
Assi no Reino forte aconteceu
Despois que o Rei Fernando faleceu."

ou seja... depois da tempestade geralmente vem a bonança.

29 março, 2007  
Blogger ferreira disse...

Obrigado, Cleo! Foi um virús que me deu-:)
A minha Amiga já foi Sereia e agora é Gaivota, voa alto, tão alto...que nem com um milhão de torres de Babel sobrepostas eu a alcançaria.
Há-de estar, naturalmente, um pouquito enfastiada e saturada com o meu exagero. Mas vai-me perdoar pois tem um Coração do tamanho do Mundo.
Olhe , hoje estou mais controlado ainda não lhe escrevi nada...
PS ( não é Partido Socialista ) que significa LOL, que eu não sei?

29 março, 2007  
Blogger João disse...

Rastejava em medo a sua coragem tantas foram as tempestades
Encarnou-o, Ergueu-a e bebeu-as feliz,

29 março, 2007  
Blogger Ni disse...

Olá!

Ferreira:

É um poeta do sentir! :)

«A minha Amiga já foi Sereia e agora é Gaivota, voa alto, tão alto»

Isto é poesia!
:)

«que nem com um milhão de torres de Babel sobrepostas eu a alcançaria.»

Céus!
Há mulheres assim?

Já agora... LOL = 'laugh out loud'... ou, na versão mais doce:'LOTS OF LOVE'



Cléo:

Anda por aqui poeta de rara estirpe: João Sevivas, que conheço há anos!(A pessoa e os livros publicados!)

Sim... porque se de 'poeta e louco' todos temos um pouco (eu sei que o dito não é assim... mas viva a liberdade!)... há os que o são na grandiosidade, ainda que não o queiram, ainda que lhes doa, ainda que seja quase uma maldição!

Destaco:

«Rastejava em medo a sua coragem tantas foram as tempestades
Encarnou-o (o medo), Ergueu-a (a coragem) e bebeu-as (as tempestades)feliz...»

Belíssimo...

Depois deste momento... olhei para o texto que eu escrevi, e que era para deixar aqui, e soube-me a pouco... pouquinho... ui tão pouquinho!

É que 'outros valores mais altos se alevantam'...

Caro João Sevivas... faça o favor de continuar o texto...
(Ainda continua a partir lápis?)


...

29 março, 2007  
Blogger o sibilo da serpente disse...

Eu tinha que estar, pelas duas da tarde, no tribunal de Valpaços (Trás-os-Montes), para uma leitura de sentença, num julgamento que tinha corrido mal e eu temia pelo meu cliente. Há 11 anos? 12? Logo que passei Amarante, percebi que o Marão estava difícil, coberto de neve, quase intransponível, mas segui, a carrinha Passat gingona. Vila Real. A partir de Vila Real, IP4 cortado, neve alta, promessa da mais neve. Parei. Calculei os itinerários alternativos. Perguntei. Todos estavam piores que aquele, Valpaços era terra isolada. Olhei à volta. Não havia polícia. Entre mim e Valpaços apenas uma barreira amovível, leve. E a neve. Muita neve. O telemóvel não apanhava rede nem voltaria a apanhar nesse dia. Não hesitei. Levantei a barreira, avancei com o carro, recoloquei-a e segui. Dois quilómetros à frente, estava arrependido. Não havia vivalma. Nem carros, nem pessoas. A neve caía intensa, fustigada pelo vento, bela, mas inesperadamente assustadora. Mas não havia retorno: eu sabia que, se parasse para tentar retroceder, ficaria ali, sei lá até quando, porque estava sem contacto com o mundo. Coloquei-me no centro da estrada, 60 km/h, nem mais nem menos, sem acelerações bruscas nem travagens. De vez em quando, o carro deslizava, mas voltava ao centro da estrada.
Murça. Área de serviço à entrada da vila. Parei para tomar um café e matar o medo. Olhei a serra. Voltou o medo. Perguntei: é possível chegar a Valpaços? O homem do café, displicente ia limpando copos e foi lapidar: com um jipe consegue. E eu não tinha um jipe. Mas tinha chegado até ali sem jipe. Embora eu soubesse que o que tinha pela frente era pior. Continuei, o olhar irónico do homem do café que tinha percebido que eu ia arriscar aqueles 40 km de serra. À saída da vila, deixei de perceber onde era a estrada. Guiei-me pelas árvores. Velocidade sempre certa, tarefa agora mais difícil porque a estrada é sinuosa. De vez em quando, sentia o carro passar sobre pedras, sinal de que ali era a berma, ou o monte, não sei bem. Guinava um pouco. Derrapagem. Coração sobressaltado. As horas que passavam, indiferentes ao meu drama. Eu sei que não chegasse, o cliente compreenderia. Mas eu nem tanto. Olhar em frente. O carro patinava e eu pensava: É desta que fico atolado. Mas insistia, pé suave no acelerador.
Passava, 15 minutos das duas da tarde quando cheguei ao Tribunal de Valpaços. Percorri os metros entre o parque de estacionamento e o tribunal e fiquei coberto de neve. Foi assim que entrei na sala de audiências, já a sentença se lia. A juíza interrompeu a leitura e olhou-me como se visse um fantasma. O colega nomeado defensor oficioso cedeu-me o lugar, vesti a toga por cima do sobretudo pesado de neve, fiquei encharcado ao fim de alguns minutos. O meu cliente ficou contente por me ver. As coisas acabaram por não correr tão mal como eu temia. A juíza, no fim, quis saber como é que eu tinha conseguido chegar. Expliquei-lhe. E ele disse-me: Eu já tinha percebido que não é homem para ter medo de tempestades. E eu sorri. Do medo que tinha tido e do que voltaria a ter no regresso. Quiseram emprestar-me um jipe, que eu recusei. A Passat levar-me-ia outra vez para fora da tempestade. Recomeçou tudo outra vez. Até Vila Real. Aí, a polícia não me deixou atravessar o Marão. Segui pela Régua (até ali havia neve!...). E cheguei ao Porto. E rastejei. De cansaço.

29 março, 2007  
Blogger Ni disse...

"Quem tem medo de tempestades acaba a rastejar"



...

Há tempestades nos olhos de quem ama.

E bonanças. É de contradições que é feito o amor. E de desafios. E de ousadias. Não de medos!

A minha voz desenha-se, solitária, perante o teu silêncio e os teus olhos que se desviam, na fuga de quem receia a palavra que se adivinha.
Há algo líquido no tempo e eu não o prendo. Saboreio-o. Tem travo a mar e a alecrim, a momentos roubados ao nunca, a rotas de ida com destino ao sempre, ainda que não saiba 'onde' nem 'quando'. Ainda que saiba 'porquê'... ainda que saiba com 'quem' queria...

Há tempestades nos olhos de quem ama.

Feitas de memórias, de saberes, de saudades e de vontades. Feitas de presente, onde tudo acontece. Ou não. E é neste não acontecer que nos perdemos.

Agora que chegaste aos meus olhos não t(r)emas!

Quem tem medo de tempestades acaba a rastejar...

29 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

UFFFFFFFFFFFFFFFFFF
Vocês passaram-me a pasta ! Já????

tenho de ler primeiro...
Escreveram tão bem que não sei se estou à altura!!

29 março, 2007  
Blogger o sibilo da serpente disse...

Não acredito que tenha medo de uma tão simples tempestade.
Pela minha parte, sei que não correspondi ao espírito do desafio. Mas, como sublinho atrás, ando sem fôlego para grandes tiradas. A Ni, sim, está em grande forma...

30 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

já iniciei o texto... falta-me o engenho e... creio que a arte anda não sei por onde!

30 março, 2007  
Blogger João disse...

Nina: não sou nada disso sou um desenhador sem jeito de tontos sentimentos, mas sabe sempre muito bem ouvir destas mentiras

30 março, 2007  
Blogger ALG disse...

Aqui fica a minha modesta tentativa:

Aproveitei o mote e dediquei ao meu novo projecto na blogosfera
http://filhoespaiseras.blogspot.com/

"Às minhas filhas,

Neste efémero percurso das vossas vidas:
Não se curvem perante as dificuldades,
não hesitem em escolher entre dois caminhos e ouçam sempre a vossa voz interior,
porque nem sempre a opção mais fácil é a mais correcta.
Não se atemorizem pelos obstáculos,
somos o somatório dos nossos actos e das nossas decisões,
nem sempre fáceis, nem sempre racionais.
Enfrentem a injustiça, a hipocrisia, a inveja e a falsidade
nunca tenham medo de mostrar os vossos sentimentos,
façam deles a vossa armadura para a batalha da vida
e não se esqueçam…
Quem tem Medo de Tempestades Acaba a Rastejar!

30 março, 2007  
Blogger o sibilo da serpente disse...

A solicitação da Cleo, um texto da minha lojeca que também bate no assunto.

COISAS CLARAS

Passa já das cinco horas e eu tento dormir, mas não consigo, filha linda, que eu sei que, daqui a pouco, apanhas o comboio em Campanhã, até à gare do oriente, depois daí, comboio mais lento até Albufeira, que interessa que seja lento?, se é para aí que vais, nos teus 16 anos tontos, e o mundo à volta, que gira. Tontos, como foram os meus 16 anos, embora mais constrangidos, que tu sabes que o vovô Quim era tramado, e eu também, mas era filho, quando os filhos não tinham voz, e eu apanhava tareias desmedidas, com cinto e tudo, mesmo quando não merecia e achava que as tareias eram só por causa dos meus olhos brilhantes que olhavam para além das cercanias. Pensa bem. Tens 16 anos. Viveste alguns anos comigo. Três do quais, só comigo. Por esse tempo, lembro-me de duas palmadas no rabo, já aqui, na Afurada, num dia em que estavam aqui os nosso amigos e tu estavas insuportável, não sei bem porquê, mas insuportável, porque sim, e isso é coisa que chega, talvez a culpa fosse minha, não sei. Já falámos sobre isto e sobre o que digo a seguir, de eu também ir e de estar estar perto de ti, baby, porque eu sou de rotinas e o nosso Jonas gosta de jogar bilhar e ali perto há um bilhar e há um ar que corre diferente, e eu preciso desse ar diferente, nem que seja a jogar bilhar num bar de ingleses. E já te disse: Se quiseres, vamos todos jantar, a malta toda - a tua malta -, mas, se não quiseres, eu serei invisível, estarei por lá, apenas, como estaria se não fôsses, porque eu gosto de coisas claras e, desta vez, eu soube por ti que ias - no verão passado soube que estavas na Zambujeira-Darfur -, e eu não me pronunciei - nem pronuncio - sobre factos consumados e, além disso, amo-te, bebé, e não deves ter medo das tempestades, porque quem tem medo de tempestades acaba a rastejar, como dizem a Cleo e a Ni.

30 março, 2007  
Anonymous Anónimo disse...

Quem tem medo de tempestades rasteja
Pode é rastejar bem ou mal
Quando no meio da praia esteja
Rastejar é bom sinal

Instruções da Protecção Civil está a seguir
Se não rastejar e se armar em corajoso
O mais provável é um raio vir
Que o não deixa com um ar muito jeitoso

Já se a tempestade for de outra natureza
Rasteja ou dá o peito
Abre a porta à malvadeza
Ou faz o que deve ser feito

Termino como comecei
Quem tem medo de tempestades rasteja
De que tempestades fala não sei
Mas lá que rasteja, rasteja.

30 março, 2007  
Blogger Leonor disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

31 março, 2007  
Blogger Leonor disse...

Quem tem medo de tempestades tem, simplesmente, medo.
Eu TENHO MEDO de tempestades (se puder evitá-las...) e não sinto que venha mal ao mundo por tê-lo.

A propósito, «Deixarás de temer quando deixares de ter esperança»
Séneca.



(sorry, quebrei a regra do jogo - não posso, porém, concordar com a conclusão, de rastejar, só por... concordar)

31 março, 2007  
Blogger Apache disse...

Que raio de mote, Vossa Alteza me arranjou. Vou procurar inspiração neste fim-de-semana tempestuoso.

31 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

«Sentes-me? Nega o medo. Embarca nos meus olhos."

Sentes-me? Essa fingida coragem que dizes ter. Essa infinita tempestade que finges não temer.

Nega o medo... nega o teu medo e enfrenta a coragem dos meus olhos.
Pouco me importa que me mintas. Pouco me importa que as tempestades para ti não causem dano..
Não mintas amor que te afundas com ela.
Enfrenta a a viagem nos meus olhos e naufraga na verdade que queres negar.
Que a tempestade vai passar!...
Que não tens medo de a enfrentar!...

Vais sucumbir amor..
Na tempestade dos meus olhos, na tormenta do teu sentir.
Quem tem medo de tempestades acaba a rastejar..
Não é dessas que tens medo.
Dessas, tu nunca tiveste medo.
Toda a Vida as enfrentaste, as superaste.
É no olho da tempestade que se vê a fibra de cada um.
E nessas, tu nunca sucumbiste.

É na tempestade dos meus olhos que acabarás por sucumbir, é em ti mesmo e no teu sentir que naufragarás sózinho....

"Dou-me no sal das palavras que te beijam. Sentes-me? Nega o medo. "

Cleopatra

Em resposta a um texto do Anónimo respondo ao meu próprio desafio!

01 abril, 2007  
Blogger Apache disse...

Muito bom o seu texto, Cleópatra.
Quanto ao desafio, estou desinspirado, já não se fazem tempestades como antigamente...

01 abril, 2007  

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