CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

A minha foto
Nome:
Localização: LISBOA, Portugal

Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

online

quinta-feira, março 22, 2007


***


Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem "

Sophia de Mello Breyner Andresen

__________________

Há dias um amigo comentava comigo que eu vivia tudo intensamente.Demasiado intensamente.Que não podia ser assim.Que tudo na vida é relativo e que é um desgaste sentir tanto, TODA a Vida.

Respondi-lhe que não sabia viver de outra forma. Que não fazia o meu género.Que vivi sempre com intensidade e que, embora sabendo que é desgastante, também sabia que não sabia ser de outra forma.

Dizia ele:

-Sabes, nada é eterno. Tudo tem um fim. Tudo é efémero. Os sentimentos , as pessoas, as zangas, as alegrias, as tristezas... O Amor.


-Que não - disse-lhe eu - Na vida busquei e busco sempre o que é eterno. Só assim sei ser. Tudo é eterno para mim,. Principalmente o Amor. O amor. Não me refiro ao sexo. Refiro-me mesmo ao Amor! Aquilo que sentimos "apesar de" e não "porque".Entendem? O Amor. O Amor mesmo com todos os defeitos, tiques, manias, fracassos,....mesmo com isso. Percebem? Estão a ver?

( Isto já parece o gato fedorento!)

Só deixa de amar quem nunca amou. Não se pode amar hoje e, amanhã, como num passe de mágica deixar de amar.

O que eu penso é que há pessoas que não sabem amar. Uma verdadeira desgraça. E não sabem deixar-se amar.

Então inventam desculpas, dizem que... são marginais nessas coisas, colocam- se um rótulo de marginais, no sentido de superiores, mais intensos e mais sábios, mais perfeitos, mais supremos, mais no Olimpo e, dizem que os outros criam sempre qualquer coisa, qualquer mal estar, qualquer fricção, qualquer instabilidade... Sim... e deixam de amar coitados.É uma pena.

Tenho para mim que são crianças frustradas, ou demasiado mimadas ou nunca amadas. Os outros são sempre os culpados dos seus fiascos. Viver com frustrações ou dificuldades é culpa alheia. Eles são perfeitos. Essa coisa da imperfeição, das chatices, dos "stresses" do quotidiano é para os outros e são os outros que os criam.

É. Ao estilo do filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre na sua célebre conclusão: - "O Inferno são os outros!"

Claro! Os outros. os espelhos da nossa alma. E principalmente os que nos amam e nos dizem por isso mesmo o que não gostam.O que em nós é egoísta, inseguro egocêntrico. E que em nós se serve dos outros e depois os larga à deriva... O que em nós não presta.

Não precisamos de mais ninguém para sermos infelizes a não ser dos outros.

A solidão tem as suas dores, deixa-nos secos, irracionais e insensíveis. Mas oferece nos uma enorme vantagem:

Não ameaça as imagens que cultivamos a nosso próprio respeito, não ameaça o nosso ego. Os outros sim , mas enquanto não nos conhecem bem por dentro. O Outro expõe-nos como um espelho ( da Bruxa da Branca de Neve talvez) o que somos e não queremos saber, nem aceitar que somos.

E que quando descobrimos que os outros conhecem, tentamos esconder fugindo, porque a coragem de perceber que nos amam ou podem amar "apesar de"...não existe. Simplesmente porque essas pessoas não se sabem deixar amar.

É por isso que vivo na intensidade de sentir que tudo é eterno para mim. Simplesmente porque quando amo, logo existo , simplesmente porque só existo quando amo. Simplesmente porque amo. E simplesmente porque se ama "apesar de".

ACCB

2.3.07

“Nenhum de nós pode salvar-se sozinho; ou nos perdemos de uma vez juntos, ou nos salvamos juntos.” (Garcin)

Etiquetas:

26 Comentários:

Blogger ferreira disse...

«Eu Hei-de Amar Uma Pedra ...»

22 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

O António Lobo Antunes lá dizia e teimava...

É uma canção tipica alentejana também...

Mas olhe que nas "Cartas de Guerra" a primeira mulher, com o devido respeito , quase era uma pedra perante os escritos maravilhosos que ele lhe dirigia.
Amava-a de certeza....

Um ama sempre mais que outro!

22 março, 2007  
Blogger GTL disse...

Oi eu e a MDB propomos um desafio :o)
Bjs TG

22 março, 2007  
Blogger Ni disse...

"Não se Ama uma Pedra.
Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós."

Vergilio Ferreira, in "Estrela Polar"
...

Por vezes amamos uma pedra, mas insistimos em esperar o pulsar de vida do afecto... que não teve, não tem e não terá.

Cleópatra... bonito post... mas 'os eucaliptos' aniquilam mesmo os campos férteis. O CR tem total razão!

Só muito carinho, tempo, dedicação, poderiam fazer acontecer, de novo, a Primavera para muitas pessoas.
E já quase ninguém tem tempo para investir em alguém. O egocentrismo impõe-se, nesta sociedade do culto do 'fast'. As pessoas surgem como 'descartáveis'. E como eu ainda gosto de refeições numa mesa com toalha bordada... com comida cozinhada lentamente e com carinho... hélas...

E mais não digo, porque estou doentinha e febril e fico triste... e digo 'coisas feias'.

Ni*

22 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

"Só muito carinho, tempo, dedicação, poderiam fazer acontecer, de novo, a Primavera para muitas pessoas.
E já quase ninguém tem tempo para investir em alguém. O egocentrismo impõe-se, nesta sociedade do culto do 'fast'. As pessoas surgem como 'descartáveis'. E como eu ainda gosto de refeições numa mesa com toalha bordada... com comida cozinhada lentamente e com carinho... hélas..."

è por isso que eu ainda gosto de estender uma tolaha sentar calmamanet e exigir... exigir... que saibam saborear... aprendam a saborear ...Para ter o parzer de saborear com quem eu quero que aprenda...

Não estou febril.
Estou.... como sou!
Provavelmente senil.

Bj e as melhoras NI!

22 março, 2007  
Blogger o sibilo da serpente disse...

Sobre as pedras
________________

Eu não quero mais saber
desse vislumbre de estátua,
de um corpo cinzelado
no ar vazio que mata.
Desse olhar côr de céu,
olhar moldado na pedra
por outro laguém que não eu.
Eu não quero mais saber
de uma mão firme que é fria,
como a morte a destempo
que destrói a poesia.
Desses beijos sem ternura,
desses abraços sem força,
dicionário sem ternura.
Eu não quero mais saber
de uma esfinge que é bela,
mas que é apenas esboço
riscado à força na tela.
Do coração que não pulsa,
que esvoaça sem fim,
ave de sas quebradas
que já não chega a mim.

(...)

23 março, 2007  
Blogger o sibilo da serpente disse...

Tadinha da NI. Deixe lá, toca a todos, mas passa. Espero que passe depressa.

23 março, 2007  
Blogger M@nza disse...

TU ERES LA TRISTEZA DE MIS OJOS
QUE LLORAN EN SILENCIO POR TU AMOR
ME MIRO EN EL ESPEJO Y VEO EN MI ROSTRO
EL TIEMPO QUE HE SUFRIDO POR TU ADIOS

OBLIGO A QUE TE OLVIDE EL PENSAMIENTO
PUES SIEMPRE ESTOY PENSANDO EN EL AYER
PREFIERO ESATR DORMIDA QUE DESPIERTA
DE TANTO QUE ME DUELE QUE NO ESTES

COMO QUISIERA HAY QUE TU VIVIERAS
QUE TUS OJITOS JAMAS SE HUBIERAN CERRADO
NUNCA Y ESTAR MIRANDOLOS

AMOR ETERNO E INOLVIDABLE TARDE O TEMPRANO
ESTARE CON TIGO PARA SEGUIR AMANDONOS

YO HE SUFRIDO TANTO POR TU AUSENCIA
DESDE ESE DIA HASTA HOY NO SOY FELIZ
Y AUNQUE TENGO TRANQUILA MI CONSIENCIA
SE QUE PUDE HABER YO HECHO MAS POR TI

OBSCURA SOLEDAD ESTOY VIVIENDO
LA MISMA SOLEDAD DE TU SEPULCRO
TU ERES EL AMOR DEL CUAL YO TENGO
EL MAS TRISTE RECUERDO DE ACAPULCO

COMO QUISIERA HAY QUE TU VIVIERAS
QUE TUS OJITOS JAMAS SE HUBIERAN CERRADO
NUNCA Y ESTAR MIRANDOLOS

AMOR ETERNO E INOLVIDABLE TARDE O TEMPRANO
ESTARE CON TIGO PARA SEGUIR AMANDONOS...

23 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

23 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

TU ERES EL AMOR DEL CUAL YO TENGO
EL MAS TRISTE RECUERDO DE ACAPULCO

Acapulco ahn?
Acapulco????
Ai Manza então não é Bósnia???

23 março, 2007  
Blogger Apache disse...

Uma febril, outra senil, eu acho que estou um pouco de cada, porque concordo com ambas, ainda que compreenda o JM.
Ninguém percebeu? Não faz mal, deve ser da gripe, do sono e do cansaço.

23 março, 2007  
Blogger o sibilo da serpente disse...

Meus: o "poema", o desabafo e a amargura (mas não conte nada a ninguém). É de 1999. O desabafo já foi, a amargura (pelo menos a desse tempo) também foi. Hoje a amargura é outra.

23 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Amor Eterno por Rocio Durcal , Manza????

Tem uma voz linda ela....Triste canção esta ;Manza... As coisas que o amor faz à "gente"! Ao pessoal!!!

Ora Coutinho RIbeiro
De quem é o poema; O desabafo, a amargura?!...

Temos poetas...
Que bom

23 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Eu hei-de amar uma pedra
deixar o teu coração
uma pedra sempre é mais firme
tu és falsa e sem razão

Tu és falsa e sem razão
eu hei-de amar uma pedra
eu hei-de amar uma pedra
deixar o teu coração

Quando eu estava de abalada
meu amor para te ver
armou-se uma trovada
mais tarde deu em chover

Mais tarde deu em chover
sem fazer frio nem nada
meu amor para te ver
quando eu estava de abalada

( Canção alentejana)

23 março, 2007  
Blogger ferreira disse...

Este seu texto está magnifico, muito bom mesmo!
«GTS
GTS
GTS»-:)

24 março, 2007  
Blogger Eva disse...

Hoje cinjo-me a uma citação.
A dor garganta e os tremores da febre não deixam fluir mais nada.

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."

Carlos Drummond de Andrade

25 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Uma pedra... A primeira pedra?

25 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Ferreira traduza-me lá GTS!

25 março, 2007  
Blogger ferreira disse...

O António, nas suas «cartas de guerra», termina, inváriavelmente, com este GTS para a destinatária.
Olhe está lá tudo.-:)

25 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

25 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

AH pois está!
Mas eu pensei que esse era um código só do António.
!!!
GTS

E a parva nem lhe escrevia!
GTS!!!!
LIndo não é?
Quem ama cria códigos que só quem ama sabe!

25 março, 2007  
Blogger ferreira disse...

É verdade!
Olhe eu já amei uma pedra, pedrita, melhor ainda, um calhau ( no feminino );
Daí a conversa das pedras.
Cumprimentos,

25 março, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

Seria uma pedra???
Ou não conseguiu ver o diamante bruto???

(Aviso: - não tem vírgula!)

25 março, 2007  
Blogger LUA DE LOBOS disse...

isto deve ser da gripe mas já tou zonza com tanta pedra, pedrinha, calhau, sei lá...mas amar é uma xaticeeeeeeeeeeeeeeee
ehehehe
maria

25 março, 2007  
Blogger ferreira disse...

Seria diamante bruto...
Mas não gostava de chá! Julgo que nem em bébé lhe deram dessa bebida.-:)

25 março, 2007  
Blogger Brandybuck disse...

O amor é eterno!
Quem tem capacidade de amar, para sempre há-de amar...!

O que pode variar é o objecto desse amor ;)

Até porque há amar e há mar... e mais não digo!

28 março, 2007  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

__________