CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

A minha foto
Nome:
Localização: LISBOA, Portugal

Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

online

sábado, junho 10, 2006

10 de Junho



Os Lusíadas - Canto I
.
1As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
.
2E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
.
3Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
::::::

13 Comentários:

Blogger BlueShell disse...

Graças aos céus alguém se lembrou hoje de Camões!
Obrigada!
beijos, BShell

10 junho, 2006  
Blogger Tia Cremilde disse...

Querida Cleopatra qt mais sobrinhos e sobrinhas melhor! Obrigada pela visita. Passe lá mais vezes!
Bom fim de semana!

10 junho, 2006  
Blogger LUA DE LOBOS disse...

ah ganda Camões!!!!!

10 junho, 2006  
Blogger xavier ieri disse...

Quando os portugueses estão na mó de baixo (o que vem sendo regra, por séculos, de tal modo que a excepção excepcionalíssima é a mó de cima) lá vem o relambório expansionista, os novos mundos ao mundo, o Camões e mais o Pessoa, etc etc
É a 'grandeza' de Portugal
E muito bem!
Clap! Clap!Clap!
Camões, tal como o Pessoa e, felizmente, muitos outros, são inigualáveis, certamente, cada um deles, one of a kind.
Mas...
Nem bem sei porquê, mas a verdade é que a evocação da glória passada me traz à lembrança, sempre, aquele casal de portugueses e seus filhos, sem tempo nem espaço, que tendo apenas um pequeno pedaço de carne e um pequeno pedaço de pão para comer todo o ano, dividiam o pouco da carne e do pão pelos filhos, contentando-se eles próprios em molhar um pedaçito de pão na sombra da carne projectada sobre a mesa...
Em mais um 10 de Junho é o que me percorre a mente.
Quantas pessoas, hoje, em Portugal, não tiveram apenas a sombra de um pedacito de carne para molhar a côdea dura?
E quantas não tiveram sequer a côdea dura?
Mas para que é que me serve assinalar as armas e os barões da suposta grandeza de um país que tem uma boa parte da população abaixo do nível médio da qualidade de vida de qualquer cão ou gato em França ou na Alemanha?
Mas que, por outro lado, tem maior número de Ferraris por habitante do que a própria Itália?
Na verdade, ainda hoje os Portugueses passam diariamente inda além da Taprobana, por mares que teimamos em navegar, como marinheiro tontos, sem Norte, sem bússola...
Na cabine, comandante, imediato, demais oficiais, mestres, contramestres, vão completamente desatentos ao homem das braças e nem quando ele grita "Rocha!" eles ligam alguma, entretidos com o seu banquete actual e com a estratégia da próxima campanha de navegação...

11 junho, 2006  
Blogger Apache disse...

Passei só para deixar um beijinho. É tarde e estou mais a dormir que acordado. Voltarei!

11 junho, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

E O Mostrengo que está no fim do mar... na noite de breu ergueu-se a voar...

OH Xavieri pá!
Os gajos têm de se agarrar ao que podem!!!!

à história, à estória, ao passado... já que o presente pá... é o que se vê...
Alguém poderia dizer dos actuais: - " Os Barões assinalados"?

11 junho, 2006  
Blogger Brandybuck disse...

Talvez nos caiba a todos nós desbravar novos mares.
Não escamoteando o nosso passado, mas enaltecendo-o talvez, digo eu, e ao mesmo tempo tomando-o como exemplo.
Já fomos um povo de grandes feitos, porque não começar a dar a volta começando mesmo com pequenos feitos?

Um beijo e uma semana cheia de feitos ;)

11 junho, 2006  
Blogger Apache disse...

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..."
(Álvaro de Campos)

12 junho, 2006  
Blogger xavier ieri disse...

Ó Apache,
Tabacaria é dos melhores poemas de toda a poesia portuguesa, se não o melhor! Cá pra mim.
E aqueles versos iniciais mais não são do que um 'abstract' definidor de toda a história portuguesa.
Ainda hoje é o que nos resta: O sonho!
Sonhemos, pois...

Se bastasse ter sido para ser, bastava então sentar-mo-nos e o problema estava resolvido.
Aliás, não haveria sequer problema.
Ter sido não nos permite melhor qualidade de vida, nem aos nossos filhos.
Ser é que importa.
'Ser ou não ser, eis a questão'!
Shakespeare dixit (no início do Séc. XVII!)
Nós por cá, muito prosaicamente, dizemos simpesmente, quanto ao caso, 'pra trás mija a burra'.

"Oh! Como nós fomos grandes!!!"
E depois?
Ora vão lá dizer à maioria dos portugueses com uma qualidade de vida inferior à de um 'lulu' francês que nós fomos grandes.
"Pois... e pra qué quisso nos serve?"

Típico: Quem não tem mais nada... agarra-se ao que tem...

Não me conformo apenas com a grandeza passada (se é que é assim tão grande...).

E já estou farto de intoxicação propagandística sobre a nossa passada ( e ultrapassada, digo eu) grandeza e dessa tralha toda que, sendo a nossa história e a nossa memória (a preservar) mais não é, nas mãos de algumas pessoas, do que uma pílula de atordoamento:
Entretidos com a pretensa glória passada, cheios dela e à míngua de algo mais, a populaça até se esquece da vida actual e miserável de uma boa parte da população (a que paga a crise!).

A invocação da nossa glória passada tem um tempo e um espaço próprios.

Caso contrário é uma espécie de fuga para a frente: Antes que nos digam quão miseráveis somos, ou antes de nos olharmos ao espelho, vamos logo adiantando o quanto fomos bons no passado...

Não há pachorra...

12 junho, 2006  
Blogger Cleopatra disse...

"Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido,
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo.
E vou escrever esta história para provar que sou sublime "

13 junho, 2006  
Blogger DarkMorgana disse...

Pois...
Se o Luís de Camões voltasse cá...secalhar os Lusíadas que escreveria hoje seriam mais assim...


"As armas e os barões ultrapassados
que da tal praia ocidental da história
continuam ainda a ser idolatrados
na falta de novos feitos dignos de glória
e que através de truques esforçados
são repescados do fundo da memória
e entre gente idiota continuam a edificar
um reino que já nada faz para se orgulhar...


Só servem para tentar esquecer as memórias escabrosas
de todos aqueles que foram dilatando
as contas pessoais à custa das vossas
e do dinheiro que foram desviando,
e aqueles que com máscaras poderosas
se vão da justiça escapando,
Seus nomes se saberão por toda a parte
se a tanto vos ajudar a PJ e a arte...


Parem de evocar os navegantes!
os mares de hoje são bem mais complicados
Parem de deixar que vos façam de ignorantes
e ter orgulho de feitos presentes, não dos só passados
Se ilustres querem vir a ser como antes
não se deixem ainda em vida ser embalsamados...
A Musa antiga já cantou o que tinha a cantar...
Vamos pôr mãos à obra e acordar!!!

13 junho, 2006  
Blogger xavier ieri disse...

Ora aí está, Morgana!

É disso que precisamos.

Cale-se a musa antiga e venha daí a nova musa inspiradora de todos nós.

Que cada um se levante e faça o que tem a fazer (e eu estou à vontade para o afirmar, pois que eu o faço!)

É de um espírito novo, de uma nova postura que este país precisa.

Mas como se pode alcançar tal espírito colectivo (ou colectivamente) se o próprio governo divide para reinar?

(governo com letra minúscula, por uma questão de coerência: governos menores com letra minúscula!)

Se o próprio governo governa CONTRA as pessoas, acenando à indigência intelectual os 'escabrosos' privilégios dos 'malandros' contra quem se deve alimentar um ódio de estimação (pois que outra intenção tem o governo, por exemplo, em certas medidas na área da justiça)?

Como avançar numa república supostamente democrática dirigida por grupos de interesses com cabecilhas travestidos de governantes?

Vou postar no meu blog uma merdas a este propósito...

13 junho, 2006  
Blogger Apache disse...

Temos feiticeira épica?!
Muito bem, Morgana!

Cachaporrada neles, Xavier!

16 junho, 2006  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

__________