Sonata de Outono
Inverno não ainda mas Outono
a sonata que bate no meu peito
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.
Acordar é a forma de ter sono
o presente o pretérito imperfeito
mesmo eu de mim próprio me abandono
se o rigor que me devo não respeito.
Morro de pé, mas morro devagar.
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.
Não me deixo ficar. Não pode ser.
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
pois viver é também acontecer.
--
Ary dos Santos
Etiquetas: poemas alheios
5 Comentários:
Não conhecia. Acho que o Ary tem melhor, ainda assim, obrigado por divulgar, aprende-se um pouco mais...
Mas este é muito bonito se reparar bem no conteúdo....
Olhe que o essencial ...é invisível para os olhos.
Viver é SÓ acontecer!
O resto não é viver...é vegetar...
O essencial vê-se sem olhar e sente-se sem tocar!...
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.
...............
o presente o pretérito imperfeito
...........
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.
............
pois viver é também acontecer
Já viram quanta coisa uma Vida diz aqui????
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