CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

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Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

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quinta-feira, janeiro 31, 2008


"De Sesimbra com Amor


Vai continuar a falar-me pela palavra escrita ou oral. A ausência física é dolorosa, mas justificável por aceitável; a das palavras seria fatal. Elas foram o móbil da sedução. Serão elas a permitir a sobrevivência da presença."
-
Harry Haller

1 Comentários:

Blogger Cleopatra disse...

1.
Ela dizia-me
-- Não podemos.
E abraçávamo-nos docemente. Tranquilamente como se
(A eternidade pode ser coisa de segundos. Um olhar.)
o tempo e o espaço
o imaterial e o físico fossem a mesma coisa.
Eu dizia silêncios. E nos olhos dela via lágrimas impossíveis
oceanos fundos onde nada mais existia. Só aquele momento
só aquele momento contava
e abraçavamo-nos com mais força. Quase nos fundíamos num único sorriso melancólico.
-- Talvez pudessemos fugir -- dizia-lhe para dar sentido à despedida que sabíamos esperar-nos.
Conseguíamos ouvir a redundante frase do mar e dos grilos tropicais e das ondas de calor e do suor
-- Para onde.
dizer-nos que a vida é esquecimento.
-- Para um lugar na ausência de tudo. Uma praia.
-- Mas onde
não podemos -- sussurava pedindo-me a coragem que tudo condenaria. -- Tudo nos aguarda lá fora.
Esfreguei os lábios na sua pele com vontade de a despir do mundo
como se pudessemos
nús
ser um verso final e imutável
impossível
de um permanente poema. Um poema nú
na ausência de tudo.
-
W

06 fevereiro, 2008  

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