FALEMOS ENTÃO CLARO

Com o seu ar indiferente e distante , Vera Jardim, ex ministro da Justiça para além de outras coisas ou cargos, lá foi dizendo no programa "Falar claro," como se a sua afirmação fosse a verdade absoluta que, “É um adquirido da democracia e do estado de direito em Portugal e não há nenhum perigo - nem à vista nem longínquo – de alguém querer funcionalizar quer os magistrados judiciais quer os magistrados do Ministério Público”.

Claro, a indiferença perante a questão é notória.

Sim porque só pode ser indiferença, ou será um total desconhecimento, (por falta de interesse talvez), do que é um Estado de Direito e de como se fazem as coisas para minar alicerces?

Será que o Dr. Vera Jardim que detestava entrar em Tribunais e fazia um frete para cumprimentar Juízes, ainda que o fizesse só na pessoa do Presidente do Tribunal, (que os outros, pode ficar a saber, dispensavam o estender de mão enfatuado que logo recolhia no bolso), será que o Dr Vera Jardim, dizia eu, sabe o que é a Independência dos Juízes?

Será que o Sr. deputado socialista quando refere que “há sensibilidades à flor da pele e as pessoas terão visto perigos onde eles não existiam e, por vezes, em certas carreiras e profissões, uma hiper-sensibilidade. Foi uma reacção da corporação que se viu afrontada”, nem sequer consultou a Lei Fundamental deste País e nem sequer sabe o que significa e qual a finalidade da separação de Poderes?

Será que a afirmação feita , relativamente aos Procuradores: - “porque não está, nem nunca esteve, nem é pensável que esteja em causa a autonomia do Ministério Público” é feita com consciência? Será? !

Será que o Sr. Deputado socialista vive à margem da história, e da realidade?

Será que quando esteve ministro da Justiça foi só realmente um frete?

Bem me pareceu ....sempre.

E continuo a achar que o seu ar enfatuado vem da atitude interior de se "estar nas tintas" para o que não lhe interessa.

-

ACCB

EM TEMPO:
Esqueci-me de dizer que, neste nosso Estado que ainda se diz de Direito o PGR- Dr.Pinto Monteiro - ainda pode , após a entrada da Lei em vigor, pedir a análise da constitucionalidade do diploma.

Eu também estava a achar estranho o suposto silêncio de Pinto Monteiro.

Pondera o Procurador Geral um pedido de fiscalização do diploma em questão.

E, pondera a meu ver muito bem.

Não esqueça senhor Procurador Geral que disse:

"Não aceitarei ser um PGR dependente do Poder Politico"

É que a falta de independencia do MP, é uma forma de minar a separação de Poderes.

Não tenhamos ilusões se alguém ainda as tem.

ACCB