Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...
.
Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...
.
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
.
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
.
David Mourão Ferreira
Etiquetas: poemas alheios
5 Comentários:
Muito bonito!
Não conhecia e no entanto, identifico-me muito com este poema.
beijinhus gonsdibadus ;-)
bom fds!
É um belo poema!
Mas a fotografia está de um erotismo escaldamntecom os lençóis amarrotados a suderirem o calor e os eflúvios corporais despertados pelo Eros enlaçado com a Loucura e a Psique.
Beijinhos
CSD
...
Bem, vou-te deixar parte de um poema, a continuação está num sitio perto de ti.
"Eu tenho uns amores — quem é que os não tinha
Nos tempos antigos! — Amar não faz mal;
As almas que sentem paixão como a minha
Que digam, que falem em regra geral.
— A flor dos meus sonhos é moça e bonita
Qual flor entreaberta do dia ao raiar,
Mas onde ela mora, que casa ela habita,
Não quero, não posso, não devo contar!"
Ateé outro instante.
Gude uiquende
Nota de rectapé: Poema com poema se paga!
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial