Lisboa Minha Cidade

Lisboa Minha Cidade de ruas claras de tanta luz, de ruas estreitas de tanto calçada portuguesa.
Lisboa, minha cidade, com um castelo pendurado no passado e sete colinas debruçadas no futuro.
Adoro a minha cidade!

Nela dei os primeiros passos de menina e continuo a dar os passos de mulher.
Lisboa, a cidade antiga e sempre nova... a cidade deitada à beira do rio para que ele a beije, até que ela adormeça nos seus braços... ...cheia de tanta ternura...
Mas Lisboa é mais...
É um Rossio recuperado; um Chiado cheio de Natal, rua abaixo, rua acima,..

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É a florista sentada à espera de um homem apaixonado que compre rosas para levar à mulher que lhe preenche a Vida e os pensamentos.

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Lisboa é a criança que corre no meio dos pombos só para levantar uma nuvem de asas e sonhar que vôa com elas.

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É a esplanada da Brasileira com o Pessoa gelado que nunca acaba a bica que ali é sempre dupla;
O Nicola cá em baixo, à espreita de quem passa e à escuta de quem entra...

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O homem das castanhas quentes que cheiram do S. Martinho até ao Natal... e a gente não percebe se o Natal é no S. Martinho ou o S. Martinho no Natal...

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Lisboa é o calor de Verão no empedrado da R. Augusta e os turistas a desfazerem-se, derretendo-se, liquefeitos de tanto calor...de tanto sorriso... de tanta fotografia..
É a Casa da Sorte para os que ela bafejou, cheia de papelinhos pelo chão como se fôssem restos de sonhos por realizar...
É as montras da Loja das Meias repletas de coisas caras e sem graça..

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É a Praça do Comércio à espera do barco que chega a toda a hora e não traz quem nós queremos....

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É O Martinho da Arcada e o Fado escondido à espera de olhos sentidos e vozes apaixonadas, num bairro velho e cansado de tanta vida, de tanta sardinheira , de tanto Santo Popular...
É a Sé, onde deixamos juras de eternidade, ou procuramos segredos escondidos na História...
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É o Teatro, O Casino, a arte a cultura....

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A mistura de culturas,... o emaranhado de raças e etnias que não são dela....

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Lisboa é o Marquês que a desenhou, que traçou as suas avenidas, as suas cores, que sonhou um futuro onde hoje circulam carros a velocidades que não cabem em Lisboa, nem permitem olhá-la como merece...

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Lisboa é a linha até Cascais , dos espiões e dos jogos de cintura de Salazar, de uma época em que aquilo a que chamaram Riviera portuguesa, era palco de avanços em fuga de príncipes duques e ilustres da sociedade europeia, mas também era bastidor de tramas internacionais livremente urdidas por entre taças de champagne e jantares quentes de verão.
A Linha de Cascais que continua a ser palco de paixões de Verão e amores maduros, espreguiçados ao Sol, em busca do Tempo Perdido.

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Lisboa é o Tejo....não existe sem ele, nem ele existiria sem o regaço dela para descansar de horas de marés e marinheiros...

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É a tela preferida de pintores, a luz nunca vista noutra cidade,...é mote de poetas e a voz dos cantores que lhe tecem poemas entre notas de música e lágrimas de saudade...

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Lisboa é ...minha ... e cidade...

18.11.05 ACCB