Mote:"talvez eu pudesse dizer-te, mas não aqui, onde o tempo corre depressa. No Alentejo, quem sabe?"
No Alentejo quem sabe.
Ali onde o silêncio se espraia na planície, tantas vezes gelada pela manhã.
Ali onde os pássaros não sabem contar o tempo, nem têm pressa de que chegue o agora , que passe o antes , ou que acabe o depois.
No Alentejo, no sítio onde a lua inunda os campos, os sons são mais autênticos e os Verões levam os homens ao suicídio.
No Alentejo não são necessárias paredes.
Todo o Alentejo é aberto.
Qualquer parede estragaria a paisagem, sufocaria o momento.
As lareiras no Inverno fecham as portas e a intimidade estende as mãos aos beijos das noites à volta do lume.
No Alentejo, os dias correm devagar... os sonhos são vermelhos ao sol posto e brancos transparentes pela manhã , depois de dormir o sono dos justos.
No Alentejo os olhares cruzam-se e sorriem...
Não há "ses" há certezas...
No Alentejo o tempo não existe.
E os sonhos tornam-se reais.
Do Alentejo não apetece partir...
-
ACCB
Etiquetas: Desafios
22 Comentários:
Para partir, é preciso chegar. Antes.
O tempo está dentro de nós, os horários são-nos impostos de fora.
Boas festas com tempo.
Lobo das Estepes
Excelente este teu texto sobre o Alentejo.
"Todo o Alentejo é aberto". Pois é. No meu nem há chaves...
Um abraço
Também sinto isso tudo, no Alentejo....
Feliz Natal
mimos
"As lareiras no Inverno fecham as portas e a intimidade estende as mãos aos beijos das noites à volta do lume..." belo... muito belo...
Acho que nós, homens e mulheres de hoje, temos ainda em nós a memória de tempos idos, em que os nossos antepassados se reuniam à volta do lume, num longo silêncio cheio de significados...
Boa Tarde. Não me conhece a mim, nem eu a si. Descobri já à algum tempo o seu blog através do blog do professor Júlio Machado Vaz. Adoro o professor Júlio Machado Vaz. Dentro do tempo que posso ter disponível leio sempre o que o Prof. escreve.
Agora o seu blog desde que o descobri é leitura obrigatória para mim. Porque?
Adoro o que escreve. Sente-se o que escreve. È uma senhora com S grande.
No dia que abri o seu blog, passei-me e digo bolas e agora.
Fiquei bastante triste. Estava a pensar ligar para o sindicato dos juízes, identificar-me e dizer que necessitava de falara com sigo.
Mas todos os dias continuavam a ir ao blog. Fiquei muito contente quando cliquei em Cleopatramoon e abriu.
Sou um ser muito simples. Moro em Castelo Branco e sou assistente social.
Gosto imenso do que escreve. Deve ser um ser muito inteligente e sensível e é por isso que a leio. Alem da informação que transmite no que escreve. Obrigada por voltar a tornar o seu blog acessível.
Boas Festas .
Chamo-me Elizabeth Santos Correia.
O meu mail é elizabethcorreia@sapo.pt
Votos de Bom Natal.
No "meu" Alentejo, quem sabe...
se poderia ser tudo mais simples, como simples são as pessoas, os semtimentos, o viver...
No "meu" Alentejo, quem sabe...
se te poderia ver a alma, sem véus, sem escudos, até ao infinito como ele se vê, apenas no "meu" Alentejo.
Feliz Natal Cleo!
Uma visão romântica do Alentejo. Gosto de passear nele, no Verão, é, de facto, muito aberto, respira-se mais lenta e profundamente. É relaxante.
Mas de Inverno é muito frio. E o stress da cidade faz-me falta. Não conseguiria viver num lugar tão tranquilo.
texto belissimo
como gosto de te ler :)
xi
maria
Que grande texto!
:)
Beijinho
Excelente texto. Curto e cheio de tanto.Cheirou-me a Alentejo. Às lareiras alentejanas e a esse frio de que falas, pela manhã.Escreves tão bem Cleo. Quem te deu o mote?
JC
Para Partir é preciso chegar. E quem disse que eu não cheguei já?
Harry Haller
É verdade. O tempo está dentro de nós. Por vezes escraviza-nos.
Eu detesto que me imponham seja o que for.
Volte e abra o seu blog novamente.
Maria
Lembro-me de quando era pequena e ía passar parte das f´+erias ao Alentejo.
Lembro-me do silêncio das tardes que tudo me deixava ouvir.
Lembro-me de entrar pela casa da minha avó paterna cmo um furacão a fugir à frente dos meus primos, sem qualquer barreira de campainha ou chave...
No Alentejo da avó também não havia chaves..Só as que procuravamos para encontrar tesouros. ;)
Olá Mimo-te
O Alentejo é um estado de reflexão permanente.
Cabral Mendes
Não seis e são tempos idos. Ficam na alma. Achoq ue fazem sempre parte do presente.
Mas era tão bom ...havia cadeiras de baloiço e mantinhas nos joelhos, histórias de fadas e bruxas que as sombras da parede tornavam reais. Por vezes faltava a Luz e era uma festa. os candeeiros de petróleo eram castiçais magníficos e a lareira enorme era excelente cenário para qualquer imaginação. Acender as velasd dos castiçais?! NÃO!!!!!
era tão giro assim...
E as lareiras estendiam as maõs cheias de ternura e os sonhos vinham com o sono e ficavam até de manhã.
Elizabeth
Também sou uma pessoa muito simples... Se o meu S de senhora é grande...não sei. Não sou a pessoa indicada para o ajuizar.
Fico conetente por gostar de vir espreitar a minha moon.
Para ligar para saber de mim não precisa recorrer ao sindicato 8 bah! nome triste!9 mas pode recorrer ao CSM.
Agora já nem precisa que deixou o seu mail. ;)
O professor JMV? Também gosto muito de lá ir. E vou com frequência.
Obrigada pela sua delicadeza .Fico contente por ter gostado de ver o blog aberto de novo.
Bjito Está convidada!
PS- As assistentes sociais são muitas vezes o nosso braço direito para decidir, os olhos de quem não pode ver tudo! ;)
Olá José Manuel
Obrigada pelso votos.Retribuo atrasados. Mas são votos na mesma
António LG
É verdade, no Alentejo a alma aflora aos olhos. Tudo é tão simples...tudo é tão silencioso, tudo é tão olhar...olhar... ouvir...até a alma ..para os mais atentos.
Apache...Vexa habituado a paisagens semelhantes,,... não era capaz de lá viver? Hummm não acredito.
Umas férias... experimente só umas férias..
Obrigada Maria.
Olá Ni- o texto é tão pequenino!
Olá pecador?
O mote? Foi o JC
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