CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

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Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

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terça-feira, maio 29, 2007


POEMA À MÃE

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No mais fundo de ti,

eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou

o menino adormecido

no fundo dos teus olhos.


Tudo porque tu ignoras

que há leitos onde o frio não se demora

e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo

são duras, mãe,

e o nosso amor é infeliz.


Tudo porque perdi as rosas brancas

que apertava junto ao coração

no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,

talvez não enchesses as horas de pesadelos.


Mas tu esqueceste muita coisa;

esqueceste que as minhas pernas cresceram,

que todo o meu corpo cresceu,

e até o meu coração

ficou enorme, mãe!

Olha – queres ouvir-me?

–às vezes ainda sou o menino

que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração

rosas tão brancas

como as que tens na moldura;


ainda oiço a tua voz:

Era uma vez uma princesa

no meio de um laranjal…

Mas – tu sabes – a noite é enorme,

e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,

dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.

Guardo a tua voz dentro de mim.

E deixo-te as rosas.

Boa noite.

Eu vou com as aves.
-


-
Amo-te muito Mãe.

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4 Comentários:

Blogger £ou¢o Ðe £Î§ßoa disse...

Mãe...

30 maio, 2007  
Blogger Apache disse...

Um poema um pouco rude, ainda assim, um poema bem ao seu (dele) estilo.

30 maio, 2007  
Blogger M@nza disse...

"No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos"

Um pouco triste
mas com muito amor à mistura.

1 > Bjo para ti e para a tua mãe.

30 maio, 2007  
Blogger Cleopatra disse...

obrigada manza.

Não é rude o poema Apache. É dorido.

Mãe. É louco: - Mãe.

30 maio, 2007  

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