CleopatraMoon

Um Mundo à parte onde me refugio e fico ......distante mas muito próxima.

A minha foto
Nome:
Localização: LISBOA, Portugal

Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “ A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. Apontamento: Gosto que pensem que sou parva. Na verdade não o sou. Faço de conta, até ao dia em que permito que percebam o quanto sou inteligente.

online

domingo, novembro 20, 2005

SOLIDÃO (ou quando o Amor já não é como o Chocolate)



A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.

Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã,
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;

e quando aqueles que se odeiam têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...

In Blog - Africa Minha -http://africaminha.blogspot.com/

2 Comentários:

Blogger 100anos disse...

Como sabe, Cleópatra, ser juiz tem muito a ver com a solidão.
É uma solidão inevitável que faz parte da matriz da função: há coisas que não se perguntam e não se partilham, nem mesmo com os nossos e as nossas respectivas, nem mesmo com os nossos Colegas, nem com ninguém.
Há que decidir - com verdade, com justiça, com humanidade, com humildade - e esse momento de suprema elevação de espírito é também e principalmente um momento de profunda solidão.

01 dezembro, 2005  
Blogger Cleopatra disse...

Quando estava em estágio de pré-afectação e, por causa do meu "perfil" aparentemente pouco perfilado, um dos meus formadores disse-me que eu era demasiado Jovem para ser Juiz.
Preferi não lhe responder com palavras e soltei um sorriso, fazendo de conta que era um... elogio.
Mas não era.
Eu tinha 25 anos então e sabia que , vindo daquele Juiz, aquela opinião, não era de forma alguma um elogio.
Como não reagi com o vigor que ao caso se impunha e ele certamente esperava, perguntou-me logo de seguida em tom de quem analisa a vitima:
- Não tem medo da solidão?
- Tenho. - respondi-lhe - Mas só da solidão humana . Não da Solidão que desejo, que necessito, que me é vital....Tenho medo da solidão a que me posso votar por causa dos outros, nunca daquela a que me voto.

É essa solidão, aquela que me é vital até para decidir, que se refere.

A outra, aquela a que este pequeno poema que não é meu , se refere, é a solidão dos corpos. A solidão dos que não se amam mais.
A solidão dos que sofrem por preconceitos culturais ou porque não têm a coragem de ser sós...A solidão conjugal que, quer queiramos quer não, existe muito por aí...Em muito Homem que não se reconhece o direito a ser "só".

4:05 AM

01 dezembro, 2005  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

__________