domingo, outubro 29, 2006




E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.
Só nas minhas mãos

ouço a música das tuas.
.
Eugénio de Andrade

8 comentários:

  1. Olha o bailado da Garça, no seu voar feiticeiro, o bailado da graça envolto em nevoeiro...


    Doce beijo

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  2. Os silêncios tranformados em melodias pela lembrança de um toque...

    Kiss per tê
    Até outro instante

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  3. Aqui o silêncio é de ouro, para ouvir as "minhas mãos"... só para isso!
    De nada valem as palavras que não sabem dizer como "és"... De nada vale o silêncio se não for para "te" ouvir!...

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  4. Juro que já antes tinha tentado dar continuidade a este poema lindíssimo do Eugénio, mas tinha sempre alguém a "melgar".
    Vou tentar outra vez...


    E com o silêncio desaba a solidão
    e com os olhos vidrados
    na sombra da minha mão
    e com os ombros curvados
    sobre o vazio em que me sento,
    oiço apenas este silêncio sem ti...

    Mas esvai-se a música
    esvai-se o alento
    porque as minhas mãos nuas
    não mais tocarão a música das tuas
    e sobre o vazio em que me sento
    sinto a vida a esvair-se aqui...

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  5. Muito bem, Morgana, muito bonito, muito... em sentido dos sentidos.

    Cléo, fazem falta os seus comentários no blog do Angel. Boa semana!

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  6. O silêncio é o fenómeno/sensação mais subjectivo que já vi.
    Sempre que o peço e sou atendido, acabo a pedir que o quebrem.
    Sinto-me em silêncio num ambiente ruidoso (à beira-mar) e num ambiente ruidoso quase em silêncio (na cidade).
    Deve ser uma questão de agrado em relação à sonoridade, mas não deixa de ser estranho.
    Gonçalo Capitão

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  7. Olá Alquimista

    Comentário com alquimia...
    ~
    Olá Louco da minha cidade

    É verdade. Os silêncios ficam parados para poderem lembrar....

    Olá Apache...o silêncio é bom companheiro para nos podermos ouvir... e aos que amamos.
    Vou ao Blog do Angel. Ok

    Olá Morgana.
    Gostei. Mas dói.Dói muito.

    Olá Gonçálo
    "Sempre que o peço e sou atendido, acabo a pedir que o quebrem."

    Acontece comigo também.

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  8. E de repente
    Não mais que de repente
    A tua memória inunda-me
    A música da tua voz
    sussurra baixinho um murmúrio eterno, sem fim.
    E sem mais que essa recordação
    sento, choro e sorrio
    porque te sinto
    eternamente em mim.
    .
    .
    cleopatra

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os escribas disseram