(...) Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do vôo que as esperava. Recusavam-se a abrir os olhos e a ver.
Soltei a voz ao vento, deixei o rio correr e fiz tudo o que eu bem quis, a meu contento.
E o rio correu, que a voz sou eu e o que eu quiser e ao que eu me der, que a vida só se dá para quem se deu.
No espelho em que me vejo, não vejo nem sombras nem medos. Eu só vejo o que eu desejo.
E habito assim, o mais em mim, na claridade, da realidade. Que o medo de ter medos tem seu fim.
E abri as asas e fui voar e fui ser tudo o que eu sempre quis. Que o meu limite sou eu que traço e que desfaço sempre que eu assim quiser. (Mafalda Arnauth - Sem Limite)
É verdade que o caminho se faz a andar. Julgo, porém, que não somos tão livres como o Fernão Capelo Gaivota. É que os trilhos vão-se fazendo por onde passam mais caminhantes e os que vêm a seguir têm a tendência de seguir pelos trilhos já “desenhados”. Os primeiros a passar são tão livres como os que voam, os outros só o conseguem ser se não olharem para baixo.
(...) Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do vôo que as esperava. Recusavam-se a abrir os olhos e a ver.
ResponderEliminarRichard Bach
pois é José... o nosso caminho nem sempre, e quase sempre, é igual ao dos outros!!
ResponderEliminarDaí a glória do caminho de alguns!
Soltei a voz ao vento,
ResponderEliminardeixei o rio correr
e fiz tudo o que eu bem quis,
a meu contento.
E o rio correu, que a voz sou eu
e o que eu quiser e ao que eu me der,
que a vida só se dá para quem se deu.
No espelho em que me vejo,
não vejo nem sombras nem medos.
Eu só vejo o que eu desejo.
E habito assim, o mais em mim,
na claridade, da realidade.
Que o medo de ter medos tem seu fim.
E abri as asas
e fui voar
e fui ser tudo o que eu sempre quis.
Que o meu limite
sou eu que traço
e que desfaço
sempre que eu assim quiser.
(Mafalda Arnauth - Sem Limite)
É verdade que o caminho se faz a andar.
ResponderEliminarJulgo, porém, que não somos tão livres como o Fernão Capelo Gaivota.
É que os trilhos vão-se fazendo por onde passam mais caminhantes e os que vêm a seguir têm a tendência de seguir pelos trilhos já “desenhados”.
Os primeiros a passar são tão livres como os que voam, os outros só o conseguem ser se não olharem para baixo.
Missão cumprida Morgana. Esqueci deixar contrasenha.
ResponderEliminarFica aqui.
Caminho II
ResponderEliminarEncontraste-me um dia no caminho
Em procura de quê, nem eu o sei.
"Bom dia, companheiro"- te saudei,
Que a jornada é maior indo sozinho.
É longe, é muito longe, há muito espinho!
Paraste a repousar, eu descansei...
Na venda em que poisaste, onde poisei,
Bebemos cada um do mesmo vinho.
É no monte escabroso, solitário.
Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!... Foi no entanto
Que chorámos a dor de cada um...
E o vinho em que choraste era comum:
Tivemos que beber do mesmo pranto.
Camilo Pessanha