quinta-feira, maio 25, 2006

IDÍLIO


Hoje um amigo trouxe-me doces dos Açores, imagens dos Açores e chá....
Tudo envolto neste soneto.


IDÍLIO
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Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;
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Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longo, no horizonte, amontoadas:
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Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão e empalideces
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O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.

ANTERO DE QUENTAL
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Antero de Quental (1842-1891) nasceu em Ponta Delgada, Açores. Frequentou a Universidade de Coimbra, tendo passado depois algum tempo em Paris. Viajou pelos Estados Unidos e Canadá, fixando-se em Lisboa. Pertenceu à à chamada Geração de Setenta, grupo que pretendia renovar a mentalidade portuguesa, e participou nas Conferências do Casino. Foi amigo, entre outros, de Eça de Queirós e Oliveira Martins. Atacada por uma doença do foro psiquiátrico, regressa aos Açores onde se suicida. As suas obras vão da poesia à reflexão filosófica: Raios de Extinta Luz, Odes Modernas, Primaveras Românticas, Sonetos, Prosas e Cartas.

4 comentários:

  1. Este Blog não admite comentários anónimos e permite a censura dos restantes.
    Não me refiro ao comentário do wK13.

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  2. Ora esta... hoje está mal disposta, safa, vou-me já embora!
    Mas antes digo-lhe que gostei do poema do Antero de Quental, que não conhecia e que me traz uma certa nostalgia ingénua da juventude (muito jovem mesmo). Ah, ainda mais importante, bom fim-de-semana!

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  3. Não é mau humor.
    É que penso que tenho todo o direito de selecionar os Blogs que podem estar "interligados" ao meu.
    Provavelmente terei de voltar a colocar a censura o que é uma SECA!

    - Também não me referia ao comentário da lua de Lobos como é evidente , nem ao seu queainda não tinha passado por cá.
    Há que pôr ordem na casa e logo ao princípio
    Bj

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os escribas disseram