domingo, janeiro 08, 2006

Sonata de outono
















Inverno não ainda mas Outono
a sonata que bate no meu peito
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.

Acordar é a forma de ter sono
o presente o pretérito imperfeito
mesmo eu de mim próprio me abandono
se o rigor que me devo não respeito.

Morro de pé, mas morro devagar.
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.

Não me deixo ficar. Não pode ser.
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
pois viver é também acontecer.


Ary dos Santos

2 comentários:

  1. Tantas vezes me sinto sim!
    Também prometo voltar a visitar o blog! Com toda a certeza..

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  2. Viver é SÓ acontecer, ou fazer com que aconteça!
    O resto...não é viver, é vegetar!

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os escribas disseram