sexta-feira, fevereiro 01, 2008

ESCRITA SOLTA
Há dias um amigo dizia-me:
Já reparaste que nunca temos a noção da liquidez do nosso ser?
Já reparaste que somos o mar? Tu, és o mar!?
E num ápice rapou da caneta e esboçou aquilo que eu acho um texto final. Entregou-mo.
Atrevo-me agora a publicá-lo aqui e a acompanhá-lo com este clip.
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"Toco-te...O teu corpo é mar. Olho-te, os teus olhos são água. Faço o gesto e suspendo-o no entanto, há o medo de que te diluas, te liquefaças, te transformes em maré. Olho-te e és o infinito. Os teus olhos têm um oceano de desconhecido. Quem és? Se mergulhar os meus dedos no teu cabelo afundo-me. Não sei como chegar a ti. És o mar e eu não sei como tocar-te...que faço que estou tão perto e tenho medo de mergulhar e de me afogar no mar. Será que sei nadar?"

LF

( depois escreveu sobre o estado da nação. Mas, aí, os naufrágios eram outros.)

24 comentários:

  1. É sim mortisa. Um belo texto por quem é poeta.

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  2. Lindo texto! Porque será que o mar tanto nos fascina?

    Temos de nos aventurar no mar...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. É um bom texto sim CM. O mar fascina-nos porque, provavelmente como diz este meu amigo, somos feitos de mar, ...somos mar...
    Será isso?

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  5. Um texto sublime! Não preciso dizer o quanto amo o mar, é só ires ao meu Ondulações da Alma e sentires o meu coração.
    Há em mim... um fascínio inexplicável pelo mar...uma força intrínseca que nos move até ele fazendo com que nos sintamos em casa.

    O video apresentado é lindo!

    Um abraço de brisa marinha

    Sereia Azul*

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  6. O mar é o mundo, onde nos perdemos e nos achamos.
    O mar é a resposta de qualquer sonho...mesmo o mais longínquo e inatingível .
    O mar é a porta de saída e entrada, para quem diga ...presente ao querer !
    o mar é o amor...

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  7. José o mar é infinito.
    Tem naufrágios e tormentas. Calmaria e serenidade.
    Segredos escondidos que tememos porque desconhecemos.
    Será que o Mar é o Amor?

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  8. Há quem ame o mar...
    Há quem odeie (duvide) do mar...
    O amor é uma ondulação constante, entre o calmo e sereno, entre o tumultuoso e rasgante.
    O mar poderá ser o amor, na falta de uma palavra solta...ou o naufrágio na falta de....amor.
    Eu amo o mar, solto, adverso, límpido, espumoso, azul ou verde, espelhado ou duvidoso.
    Sou "peixe"!

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  9. Há naufrágios por excesso de amor.

    Ser peixe é saber nadar... no mar....ou é pensar que por se ser peixe se sabe nadar?

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  10. Ser peixe...é ser signo , poucos segundos antes do outro dia.
    Nunca entendi, a expressão excesso de zelo...tal como dificilmente entenderei...naufragar por amor em excesso. Sabe que amar, é a multiplicação de partilhas?
    Cleopatra (vou ousar), a sua "mordida de serpente histórica" já sarou?

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  11. AH! O José é peixes de signo.
    AH!
    Pois eu sou escorpião. Fatal veneno.

    Quanto à mordida de serpente histórica, não sei se se refere à histórica serpente se à mordida histórica.

    Sabe que nunca se ficou com a certeza da razão da minha morte?

    Diz-se que fui enterrada em Alexandria, ao lado do general romano Marco António...mas nunca encontraram o túmulo.

    Será porque escrevi livros de magia o que quer dizer que para além de falar uma série de linguas sabia outras coisas....

    A minha história é parecida com a de Romeu e Julieta...
    Qdo Octávio tentou fazer de mim espólio de guerra optei pela morte.
    Primeiro simulei-a...Marco António acreditou na simulação por desconhecer que o era e, atravessou o peito com uma espada vindo a morrer nos meus braços, verificando para nosso desespero que afinal estava viva.

    Por desgosto e orgulho suicidei-me....

    Não sei se foi uma serpente,... não sei se foi uma áspide...
    uma víbora ou uma cobra
    Afinal é tudo o mesmo.

    Se sarou...
    Creio que não.
    Ainda sou de "mais vale quebrar que torcer."

    Não deve ter sarado.

    O veneno ainda por aqui circula. Ou terei, com os meus conhecimentos de magia feito alguma e...por isso é que não encontraram os nossos corpos?

    E depois desta pausa vou. Xau Já chegou a Zurique?
    Que tal está o tempo por aí?

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  12. Viajar! Peder Países!
    Ser outro constantemente,
    Por a alma não ter raízes
    De viver de ver somente!

    ... .... ....

    Viajar assim é viagem.
    Mas faço-o sem ter de meu
    Mais que o sonho da passagem.
    O resto é só terra e céu.

    FERNANDO PESSOA

    Pisei terra firme. O seu blog continua, por vezes, off...
    Finalmente o sol e o rio, apesar de escuro e triste.

    Bjs. Outonais

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  13. Viajar! ¡Perder paises!
    ¡Ser otro constantemente,
    Por el alma no tener raices
    De vivir viendo solamente!

    ¡No pertenecer ni a mí!
    ¡Ir al frente, ir siguiendo
    La ausencia de tener un fin,
    Y el ansia de conseguirlo!

    Viajar así es viaje.
    Mas hágolo sin tener de mí
    Más que el sueño del pasaje.
    El resto es sólo tierra y cielo.
    ______________

    Qto ao blog, é uma coisa que não percebo ultimamente. Muitas xs fico impossibilitada de aceder ao que é meu.
    Tenho de descobrir o que se passa.

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  14. Mira....que bonito!
    "Faltou-me" a quadra do meio, que ilustrou muito bem, esse homem (in Cancioneiro)...ainda hoje ...inconveniente, para muitos!
    Tal como o dia, apesar do sol... estou off.
    A Ni, publicou em "momentus" um escrito (dito "poema" numa revista), da minha última passagem pela China. Convido-a a visitar , caso queira, e caso não esteja "naufragada" .
    Depois ouse abrir o Outono em
    pretexto-classico.blogspot.com
    É um conceito (sem peneiras) ainda pequenino (com dias - lembra-se?)
    sugerido por si, e arquitectado por mim - "modelo Benetton".
    Um excelente weekend, bye...bye...BJ.

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  15. Caí na força das palavras...
    E longe ....muito longe...
    Com dois negativos...
    Num Hotel sereno...
    escrevi....

    É este o inicio das tais 3 resmas que o aconselhei, entre aspas, a escrever??
    Estou em suspenso à espera!!

    Vou ler então o post.
    Estou naufragada sim...mas convém vir ao de cima de qdo em vez.
    BJ.

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  16. Posso postar esta frase linda???

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  17. Está devidamente autorizada.
    Fará mesmo jurisprudência...
    Mail me, please...
    Há uma "magia" para seguir.
    No meu desarrumado, ferrugento e destelhado armazém, tenho um velho barco que já não precisa de âncora.
    Se precisar...
    Bjs.

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  18. Li o post da Ni e li os comentários do Outono. Deixei-vos um sorriso enorme e doce... ainda o tenho nos lábios.

    Um velho barco?
    Que não precisa de âncora?
    Cuidado... não disse alguém que eu era o mar??!

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  19. Nesta atmosfera "netiana"...
    Ainda me custa imaginar, sorrisos, respirações, solfejos secretos, ou gargalhadas mil.
    Começo a visualizar, a necessidade de "mostrar"...eu estou aqui!
    As novas tecnologias, são farpas para quem é sensível, e jogos de lego para os amantes da certeza.
    Onde e como iremos comunicar ...Amanhã?
    Falar com software, teclando hardware, clicando Crtl , deletando bugs, emailiando attachs, formatando C :, pesquisando barras, utilizando ícones, suportando gigas, digitalizando dpis, opinando online...copiando Pdf's...eu sei lá!
    Por precaução e amor ainda tenho a minha velha, mas brilhante caneta de tinta permanente, com aparo em ouro deslizante, oferta do meu êxito na 4ª. classe. No final do Curso, tive apenas direito a : - Não fizeste mais que a tua obrigação.Pudera, saiu-me do bolso!
    Não vá o diabo tecê-las, e a Mother Board...pifar.
    Cleopatra ...Com a devida Vénia, não é digital, virtual ou ...Hertziana?
    Escreva-me (mail me, please..ver perfil de pretexto..., enquanto o XP não crasha) Ai...meu Santo António, padroeiro desta Lisboa, terra de nascimento. E não sou crente...mas sou presente!
    Até já

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  20. Outono, gosto de ser virtual...eh eh eh

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  21. AH! Como vamos falar amanhã??? No futuro?
    Por telepatia!!!

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  22. Outono
    Um dia, alguém que achei importante na minha vida enviou-me esta sonata. Quer ler?

    Inverno não mas ainda Outono
    a sonata que bate no meu peito
    poeta distraído cão sem dono
    até na própria cama em que me deito.

    Acordar é a forma de ter sono
    o presente o pretérito imperfeito
    mesmo eu de mim próprio me abandono
    se o rigor que me devo não respeito.

    Morro de pé, mas morro devagar.
    A vida é afinal o meu lugar
    e só acaba quando eu quiser.

    Não me deixo ficar. Não pode ser.
    Peço meças ao Sol, ao Céu, ao Mar
    pois viver é também acontecer.

    @José Carlos Ary dos Santos

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  23. Zé Carlos Ary dos Santos
    Tive o grande prazer de o conhecer.
    Participei em algumas tertúlias,com ele, Amália, D, Mourão Ferreira...
    Ary é um imortal!

    Outro grande senhor das letras, que também conheci ....
    Aliás...Recomendo vivamenta uma visita à casa museu...em Constância
    Vasco de Lima Couto.
    De um livro único

    ******

    Quando vemos
    as rosas
    no jardim da nossa dor

    nós sabemos
    que a voz da nossa alma
    não tem cor

    *******

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os escribas disseram