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Porque não soube merecer
Porque não soube merecer a glória, a mais suave
Porque não soube merecer a glória, a mais suave
de me deitar a teu lado
e que o sangue a palavra abolisse a diferença
entre o meu corpo e a minha voz
porque te perdi não sei quem sou
*
António Ramos Rosa
Olá! (é fruta ou chocolate...olha a batatinha frita...)
ResponderEliminarNão sou apreciador da poesia do António, mas como poesia com poesia se paga, deixo uma que, enfim...
"A tua pura integridade delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade acesa sempre altiva
Por ti eu sou a leve segurança de um peito
que pulsa e canta a sua chama
que se levanta e inclina ao teu hálito de pássaro
ou à chuva das tuas pétalas de prata
Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar
Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que vivo é por ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto"
Até outro instante
Muito bemvinda a bordo, e muito obrigado por issa linda visita.
ResponderEliminarGosto das pessoas sensívels, e que fazen gala de paklabras tao profunds como la del poeta que vc edito.
parabéns pelo bom gosto e a capacidade de valorar as coas boas dos artistas como António.
Um beijo
Olá Louco!
ResponderEliminarMas olha que o António, escreve Bem , demasiado bem, adoro o que escreve.
A simplicidade e a profundidade andam de mãos dadas na escrita dele.
E o poema que postaste é lindo.
Um dias destes faço um post com todos os poemas que vocês me vão deixando.
OLá Navegador!
Bem vindo da Argentina até Portugal.
Já que conhece o Fado....
Conhece Sintra????
"Porque te perdi não sei quem sou"
ResponderEliminarHá dor de uma perda associa-se sempre uma perdição...
Olá Cleo
ResponderEliminarBonito!
"Estou vivo e escrevo sol
Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever e sol
A vertigem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram suas faces
e na minha língua o sol trepida"
(1966)
è bonito este também Manza.
ResponderEliminarfaltaram-lhe estas duas estrofes:
Eu escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeceira
que passa em frios frescos sobre a minha cara de vivo
Estou vivo e escrevo sol
(......)
Melhor que beber vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maravilha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toalha do silêncio verde
António Ramos Rosa
Obrigada pelos vossos poemas!!!!
Ai posto-os todos um dia!