domingo, maio 14, 2006

( Foto de Frederic Gaillard )
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Não tenho mais palavras.
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Gastei-as a negar-te...
( Só a negar-te eu pude combater o terror de te ver em toda a parte)
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Miguel Torga

3 comentários:

  1. E no entanto, de olhos fechados continuo a ver-te...

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  2. É, sem dúvida, um grande poema, do grande Torga.
    Depois das palavras gastas ficam as palavras caladas, que engolimos, secas, sem a fluidez dos risos partilhados, das cumplicidades anunciadas, aos outros vedadas.
    É o monólogo ao ritmo desenfreado da emoção que tem raízes fundas, tão fundas, na nossa essência. Lá, onde os portões para a rota do voo sincronizado permanecem entreabertos... na esperança de que num momento de eternidade alguém ouse ousar amar.

    Abraço de vento

    Ni*

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  3. Sabes Ni, por vezes... falamos, falamos, tentamos convencer-nos de que não é o que queremos, dizemos tudo o que não devemos, somos irónicos e não era nada disso que queriamos...
    Tentamos apenas convencer-nos de que não nos amam ou não amamos...
    Negam-se as evidências...

    Ou então... gastaram-se as palavras porque elas nunca foram nada... porque nunca disseram nada... eram apenas frases feitas, sons repetidos,... sem conteúdo...
    Poderá ser?

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os escribas disseram