quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Por mote Neruda


"Posso escrever-te os versos mais tristes esta noite"
( Pablo Neruda)
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Dizer-te da razão do meu silêncio
Contar-te da verdade do que te não digo
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Mas... procura-me os olhos
E não precisarei dizê-lo, nem escrevê-lo,
Nem contar-to, nem falar....
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Posso escrever os versos mais tristes esta noite
sobre o que me fere entristece e deixa perdida
Posso dizer-te tudo e deixar tanto por dizer...
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Posso escrever-te e nada te dizer
Porque não quero ou não consigo
Ou porque sei que não o irás ler
Ou porque temo que não o faças
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Mas... procura-me os olhos
E não precisarei dizê-lo, nem escrevê-lo,
Nem contar-to, nem falar....
.
Posso escrever-te os versos mais tristes esta noite
Porque me sinto triste
porque as gotas de chuva lá fora
São como lágrimas nos meus olhos
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O vento que sopra lá fora é o fogo que arde no meu peito
quanto te quero e de querer-te não te tenho
como um sopro de saudade que te leva
Um sopro de raiva que te afasta
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Mas... procura-me os olhos
E não precisarei dizê-lo, nem escrevê-lo,
Nem contar-to, nem falar....
Porque tudo está escrito neles.

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518 - Release Date: 28-09-2004


( foi escrito com base no poema de Pablo Neruda que começa:

"Posso escrever-te os versos mais tristes esta noite")

ACCB

9 comentários:

  1. Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
    De nada valem!
    As minhas palavras são ocas!
    O meu sofrimento é alheio!
    A minha solidão é silenciosa!
    A minha saudade... essa reflecte-se em cada lágrima no meu olhar!

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  2. Por vezes a tristeza é algo de muito sereno...

    Por vezes podemos estar tristes porque há 1001 razões para ser Feliz...

    Estranho não é???...

    Mas oh Angel,... não venha para cá com a história da sua amiga que lhe disse que tinha a tristeza como amiga ou lá o que era!...

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  3. As palavras deste poema cortam como lâminas o espaço onde se perdem.
    Gostei muito.

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  4. LIndo Joeiro!

    Poesia pura o seu comentário...

    Arrepia!!!

    Afinal... gosta de poesia!!

    E faz Poesia!

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  5. E quando não quiser que me desvendes...
    quando não quiser que saibas o que me rasga a alma...
    esconder-te-ei o meu olhar...
    para que fiques alheio ao tanto que sofri
    pois não mereces saber o quanto me feres
    o quanto significas para mim...

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  6. Esqueci-me de dizer, que está muito, muito bonito.
    Já tínhamos saudades de coisas tuas!

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  7. Bem, passamos para a prosa poética à desgarrada?!...


    Posso escrever os versos mais tristes esta noite...
    Posso reescrevê-los incessantemente nas noites que hão-de vir...
    De nada valem...
    Tu nunca os lerás e mesmo que o fizesses, jamais os entenderias...
    Não tens sentimentos porque não tens sentidos...
    Não preciso esconder-te o meu olhar, o que ele te diria está escrito nas estrelas e nunca conseguiste lê-lo...
    Nunca tacteaste o teu nome gravado a fogo no meu peito...
    Nunca escutaste a brisa gritar em cada esquina o meu amor...
    Nunca cheiraste na minha pele o perfume do teu suor...
    Nunca provaste nos meus beijos o mel da tua boca...
    Não me mereces porque não te dói a ferida aberta que deixaste em mim!!!

    Muito bonito, o seu poema!...

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  8. "Nunca tacteaste o teu nome gravado a fogo no meu peito...

    Nunca escutaste a brisa gritar em cada esquina o meu amor...

    Nunca cheiraste na minha pele o perfume do teu suor...

    Nunca provaste nos meus beijos o mel da tua boca..."

    Isso doeu mesmo!!!
    Essa sua dor não é nada serena!

    Muito bonito...

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  9. Pois é Cleópatra!
    Estas coisas acontecem quando uma pessoa menos espera...

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os escribas disseram