quarta-feira, abril 23, 2008

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"Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.

Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!"

*Antero de Quental

4 comentários:

  1. Um poema muito bonito!
    E uma escolha excelente da foto!

    Jinhos

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  2. E pensar que Antero se suicidou!..

    Ai as angústias!

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  3. Triste,... suicídio...bonito...é triste sim. Muito triste.

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os escribas disseram