quarta-feira, abril 30, 2008

(foto ACCB- Abril 2008 )
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Correu o cortinado pesado do blackout. Lá fora o sol ía nascendo. Acordara com um grito agudo e repetitivo e levantara-se para espreitar. A maré espraiava-se na areia dourada pelas primeiras horas da manhã. Uma gaivota empoleirada no parapeito da varanda olhava-a curiosa numa interrogação de: -" - Levanto vôo ou não?!"

Era a gaivota a causa da interrupção do seu sono. Voltou a puxar o cortinado. "Chata!"- exclamou baixinho.

Olhou-o e sorriu. Continuava a dormir num sono de tranquilidade amadurecida, numa serenidade de muitos anos que ambos tinham construído. Havia anos que tinham decidido caminhar lado a lado e nada os fizera decidir o contrário ao fim de tanto tempo que afinal parecia tão pouco.
Passara tão depressa......
A gaivota lá fora lançou-se no espaço, abrindo as asas pairando sobre o tempo rasgando o momento.

O Sol espreitava as sombras frias deixadas pela noite nas paredes do hotel e apagava-as.... ganharia o seu espaço a pouco e pouco .

O mar ainda não acordara a cor do dia.
Voltou a deitar-se e voltou a adormecer com um sorriso nos olhos.
Logo logo era manhã.
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ACCB

2 comentários:

  1. As noites, nunca são iguais.

    O acordar de hoje, foi cansaço de ontem, e amanhã...amanhã há sempre um mundo por acordar.

    Só o mar tem hora certa...para acordar!

    :))

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  2. Nem o mar Outono. Nem o mar.

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os escribas disseram